Brasil

Lula critica Marina e diz que não dá para terceirizar cargo

Ex-presidente aproveitou um ato em defesa do pré-sal para atacar a candidata do PSB à Presidência

Ex-presidente Lula participa de ato na frente da sede da Petrobras, em defesa do pré-sal (Sergio Moraes/Reuters)

Ex-presidente Lula participa de ato na frente da sede da Petrobras, em defesa do pré-sal (Sergio Moraes/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 19h08.

Rio de Janeiro - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de um ato em defesa do pré-sal, nesta segunda-feira, e aproveitou para atacar a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, dizendo que cargo de presidente não pode ser "terceirizado".

"Se tem uma coisa que você não pode terceirizar é o cargo de presidente da República. Esse é um cargo que você não pode terceirizar... esse negócio de pedir para cada um falar um pedacinho das coisas que vai acontecer nesse país, não está certo", afirmou o ex-presidente.

"Eu se fosse a candidata que faz oposição à Dilma proibiria seus economistas de falar, porque cada um fala mais bobagem que o outro", acrescentou. Lula também mandou um recado à adversária ao falar sobre ao pré-sal.

Marina passou a ser questionada sobre o encaminhamento que daria à exploração do petróleo em águas ultraprofundas em um eventual mandato presidencial, depois que seu programa de governo praticamente não mencionou essas reservas.

Sobrou também para o presidenciável do PSDB, Aécio Neves, que tem dito que, se eleito, vai estudar o sistema de partilha.

"Quem é contra, quem que não gosta de nós termos aprovado a partilha do pretróleo do pré-sal? Transformar essa riqueza numa riqueza do povo brasileiro?...Não é nenhum petroleiro, nem um trabalhador e nem um brasileiro que ama este país", afirmou o ex-presidente em discurso sobre um palanque montado em frente à sede da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro.

A candidata, que esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente entre 2003 e 2008 quando Lula era presidente, participou na semana passada, também no Rio de Janeiro, de um ato para demonstrar que é a favor do pré-sal.

O diretor da estatal e ex-presidente do PT José Eduardo Dutra engrossou o coro. "Fui companheiro de Marina, respeito e não vou atacá-la, mas o que está em discussão é o programa dela", afirmou Dutra, em discurso durante o ato.

"No programa da Marina Silva o petróleo é tratado como um mal necessário e não há nenhuma citação ao pré-sal", adicionou Dutra. O ato, organizado por centrais sindicais, começou com uma caminhada e terminou com um abraço ao edifício sede da empresa.

Lula e Dutra também defenderam a Petrobras , alvo de CPIs no Congresso Nacional por denúncias de irregularidades, entre elas a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).

A estatal foi envolvida ainda em um novo escândalo, após vazamento de informações de depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa, mediante delação premiada, em que denunciou um suposto esquema de desvio de recursos da estatal para partidos e políticos da base aliada.

O ex-diretor está preso desde junho em decorrência da operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga lavagem de dinheiro.

Tanto Lula como Dutra afirmaram que a empresa é motivo de orgulho e um exemplo nacional. "Vocês têm que andar de cabeça em pé", disseram ao se dirigirem a funcionários da estatal que acompanhavam os discursos das janelas e varandas da empresa.

"Vocês não podem ser confundidos por alguém que cometeu um erro... se alguém roubou tem que ser investigado e se for culpado tem que pagar e ir para cadeia", disse Lula.

Acompanhe tudo sobre:CelebridadesEleiçõesEleições 2014Luiz Inácio Lula da SilvaMarina SilvaPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos