Lula: ex-presidente ocupa uma sala de 15 metros quadrados (Leonardo Benassatto/Reuters)
EFE
Publicado em 14 de abril de 2018 às 17h49.
Última atualização em 14 de abril de 2018 às 17h49.
Brasília, 14 abr (EFE).- O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva completou neste sábado uma semana na prisão, enquanto a direção do PT segue reafirmando que continua sendo o único candidato do partido para as eleições de outubro.
Como ocorreu desde o sábado passado, quando Lula entrou na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde ocupa uma sala de 15 metros quadrados, centenas de pessoas manifestaram seu apoio à distância, no acampamento "Lula Livre".
A solidariedade com o ex-presidente também foi expressada por 15 pessoas que estenderam um cartaz no qual se lia "Free Lula" em frente ao Cristo Redentor do Rio de Janeiro, durante um ato que durou poucos minutos, uma vez que esse tipo de manifestação é proibido no local.
O acampamento de Curitiba está instalado em algumas calçadas e fora de um "perímetro de segurança" de 100 metros em torno do prédio do PF, estabelecido pelas autoridades a fim de garantir a atividade do centro policial.
Mesmo assim, nesta semana o Sindicato dos Delegados da Polícia Federal e a própria prefeitura de Curitiba solicitaram a transferência de Lula para outro local, alegando que as manifestações tanto a favor como contra o ex-presidente, condenado a 12 anos de prisão, alteraram a "normalidade" da vizinhança.
As pressões contra o acampamento chegaram também dos tribunais. Nesta sexta-feira um juizado de Curitiba mandou desocupar as calçadas e advertiu que poderia impor fortes multas se essa decisão não fosse cumprida.
"Lula está incomodando, porque não é uma figura normal, é o maior líder popular que o país teve na sua história e o único presidente que saiu com uma aprovação recorde de 87%", declarou à Agência Efe a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Gleisi também reiterou que, apesar da sua situação judicial, Lula continua sendo o candidato do PT para as eleições presidenciais do próximo mês de outubro.
"É o nosso candidato por um motivo muito simples: é inocente", salientou Gleisi, reforçando que o ex-governante "tem direito de ser candidato", porque inclusive "deixou de ser o candidato só do PT e é o candidato do povo brasileiro".
Essa possibilidade, no entanto, parece distante e somente poderia se tornar realidade se Lula superasse os obstáculos jurídicos, que, além da prisão, incluem outras seis causas penais que ainda responde e as normas que impedem uma pessoa com uma condenação ratificada em segunda instância, como é seu caso, concorrer a um cargo eletivo.