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Lula completa 100 dias na prisão sem desistir da eleição presidencial

Neste domingo foi lançada nas redes sociais a campanha #100diasdeResistência

 (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 15 de julho de 2018 às 17h58.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva completa neste domingo 100 dias na prisão desde que se entregou, em 7 de abril, para começar a cumprir sua pena por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Apesar de estar preso na sede da Polícia Federal de Curitiba, Lula, que governou o país entre 2003 e 2010 e deixou o poder com mais de 80% de popularidade, não desiste de sua aspiração a um novo mandato presidencial.

Neste domingo foi lançada nas redes sociais a campanha #100diasdeResistência para marcar a data.

Com uma forte presença nas redes sociais, o líder do Partido dos Trabalhadores (PT) se mantém no centro da campanha presidencial com 30% de apoio nas pesquisas nacionais.

Lula foi acusado de ter recebido um apartamento no litoral de São Paulo da construtora OAS em troca de favorecê-la nas licitações da Petrobras.

Sua força política se uniu em torno de sua candidatura, que será oficializada em 15 de agosto, último dia do prazo legal. Espera-se que a Justiça eleitoral anule sua candidatura, devido a sua situação processual.

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou neste domingo, em Havana, que o PT manterá a candidatura de Lula à presidência.

"Eles pensam que nós iremos tirar Lula do processo. Não iremos. Cada dia que passa, Lula se aproxima mais das urnas. E é o que nós queremos, que ele entre na urna através de uma cédula eleitoral", disse Dilma à imprensa em Havana, onde participa do 24º encontro do Foro de São Paulo.

Dilma afirmou que a candidatura de Lula é uma "esperança" diante de "todos os partidos golpistas que fracassaram e não conseguiram ter um candidato" capaz de enfrentá-lo nas eleições de 7 de outubro.

"Lula está preso para não ser eleito presidente da República, porque ele tem, mesmo preso, a cada dia que passa, maior apoio popular", acrescentou.

Embora o PT afirme que não discute um substituto, figuras internas como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner são mencionados na imprensa, com menos de 2% nas pesquisas.

Os advogados de Lula, que se declara inocente e afirma que sua prisão é uma "conspiração" para inabilitá-lo eleitoralmente, travaram uma batalha legal para que o ex-presidente aguarde em liberdade, enquanto se esgotam todas as possibilidades legais.

Mas a defesa acumula uma série de reveses judiciais, entre eles a recente proibição de que Lula seja entrevistado por meios de comunicação.

Em 8 de julho, um juiz de segunda instância que tinha antigos laços com o PT, e estava de plantão no fim de semana, concedeu um habeas corpus ao ex-presidente, dando início a uma guerra judicial com cinco decisões simultâneas contra e a favor.

A questão foi resolvida pelo presidente do tribunal de apelações, que decidiu que Lula continuaria preso em sua cela de 15 metros quadrados no quarto andar da sede policial de Curitiba.

Lula tem uma televisão no quarto mobiliado com uma cama de solteiro, mesa, cadeira e armário. Acompanha a atualidade nacional através dos canais brasileiros e de conversas com amigos e familiares.

Suas opiniões são divulgadas em formato de cartas e mensagens curtas através de suas redes sociais e em eventos do PT. Durante a Copa da Rússia, chegou a se tornar comentarista do torneio a pedido do ex-diretor da ESPN Brasil José Trajano.

O ex-presidente perdeu peso, não usa uniforme, tem direito a um banho de sol por dia, não tem contato com outros detidos na sede policial e recebe visitas semanais de familiares, amigos e apoio espiritual. Os advogados têm livre acesso.

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