Brasil

Lula compara tratamento com bomba de Hiroshima

Em entrevista, Lula também reiterou sua intenção de voltar à política para colaborar com alguns candidatos do PT

"Vim com um tumor de três centímetros e de repente recebi uma bomba de Hiroshima dentro de mim", disse (Roberto Stuckert Filho/Instituto Lula)

"Vim com um tumor de três centímetros e de repente recebi uma bomba de Hiroshima dentro de mim", disse (Roberto Stuckert Filho/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 14h52.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou o tratamento que recebeu contra o câncer de laringe com "uma bomba de Hiroshima", em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal "Folha de S. Paulo".

"Acho que é a doença mais delicada. É avassaladora. Vim com um tumor de três centímetros e de repente recebi uma bomba de Hiroshima dentro de mim", disse o ex-presidente em alusão às sessões de quimioterapia e radioterapia, que segundo os médicos, eliminaram o tumor.

Após ser diagnosticado com câncer no dia 29 de outubro, Lula foi submetido a quimioterapia até dezembro e depois passou por 33 sessões de radioterapia, que foram concluídas no final de fevereiro.

Os oncologistas que o atendem anunciaram nesta quarta-feira que constataram a ausência do tumor em uma ressonância magnética e uma laringoscopia.

Na entrevista, Lula disse que ainda tem a garganta muito dolorida, o que o impede de comer com normalidade, principalmente alimentos duros.

O ex-presidente disse que "se tivesse perdido a voz, estaria morto" e se definiu como "um medroso", que tem muito medo da morte, apesar de ser religioso.

Lula reiterou sua intenção de voltar à política para colaborar com alguns candidatos do PT nas eleições municipais de outubro e apoiar a presidente Dilma Rousseff em seu trabalho de Governo e em sua provável tentativa de reeleição em 2014.

No entanto, Lula disse que já não tem vontade de cumprir uma agenda política "tão alucinante e louca" como a que seguiu em seus primeiros dez meses após deixar a Presidência, que lhe levou a realizar mais de 30 viagens internacionais para dar discursos e receber prêmios.

"Vou fazer menos coisas, com mais qualidade, participar das eleições de forma mais seletiva, ajudar a minha companheira Dilma de forma mais seletiva, no que ela entender que posso ajudar. Vou voltar mais tranquilo. O mundo não acaba na semana que vem", acrescentou.

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