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Lula cobra Anac e GOL por morte de cachorro em voo: 'Tem que prestar contas'

Após a morte do pet, companhia aérea suspendeu por um mês o transporte de cães no porão das aeronaves para 'se dedicar totalmente ao processo de investigação deste evento'

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

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Agência o Globo
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Publicado em 24 de abril de 2024 às 14h43.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta quarta-feira a empresa aérea Gol e a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) sobre a morte do cachorro Joca. O animal deveria ter sido transportado de Guarulhos (SP) para Sinop (MT), mas acabou sendo mandado para Fortaleza (CE) por um erro da Gollog, empresa da companhia Gol. Usando uma gravata em homenagem ao pet, o presidente afirmou que é preciso "prestar contas" e "fiscalizar" o transporte aéreo de animais.

— Eu acho que a GOL tem que prestar contas, acho que a Anac tem que fiscalizar isso e acho que a gente não pode permitir que isso continue acontecendo no Brasil — afirmou Lula.

O presidente explicou usar a gravata com o desenho de cachorro em homenagem ao Joca como uma forma de "protesto".

— A minha gravata, ela tem um desenho um cachorrinho. Eu coloquei de manhã em protesto ao que aconteceu com o cachorro de um cidadão que mandou o seu cachorro para Sinop, no Mato Grosso. Esse cachorro ao invés de ser embarcado para Sinop, ele foi embarcado para o Ceará. Quando chegou no Ceará descobriram que não era para lá, mandaram de volta e o cachorro morreu, porque ficou oito horas sem tomar água, preso, dentro do avião.

A Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias da morte de Joca. A viagem, que deveria levar até duas horas e meia, demorou quase oito horas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o caso será investigado pela Delegacia do Meio Ambiente em Guarulhos. A mãe do tutor de Joca prestou depoimento na tarde desta terça-feira, 23. O corpo do animal foi encaminhado a um hospital veterinário, onde foi submetido a exames de necropsia. Os laudos, assim que finalizados, serão analisados pelos investigadores.

Por nota, a ANAC afirmou nesta quarta-feira que abriu um processo administrativo para apurar os motivos da morte de Joca. A agência afirmou que solicitou à Gol detalhes sobre as condições de transporte do animal, o envio para uma localidade diversa da contratada e as condições prestadas para a prestação desse tipo de serviço. O objetivo, afirma a nota, é "abrir processo de fiscalização conforme as constatações apuradas".

Joca era um golden retriever saudável de cinco anos. Em entrevista à TV Globo, o tutor do animal, João Fantazzini, contou que tinha atestado de um veterinário indicando que o cão suportaria uma viagem de duas horas e meia, como era esperado. João estava se mudando para o Mato Grosso e embarcou para Sinop com o intuito de chegar à cidade no mesmo horário que o cachorro. Ao desembarcar, porém, foi alertado de que o animal havia sido mandado para Fortaleza em decorrência de uma falha.

A João foi oferecido um voo de volta a São Paulo, para onde Joca retornaria. O golden retriever, segundo relato da família, ficou cerca de uma hora e meia aguardando sob o sol na pista do aeroporto de Fortaleza, impedido de sair da caixa onde viajou sem comer ou beber. João encontrou Joca sem vida, ainda dentro do canil onde deveria ter sido transportado para Sinop. De volta ao Aeroporto de Guarulhos, o tutor disse que foi alertado por uma funcionária da Gol que o pet “não se sentiu bem no voo” e que um veterinário havia sido acionado.

GOL suspende transporte de animais

Após a morte de Joca, a GOL informou que suspendeu por um mês o transporte de cães no porão das aeronaves para "se dedicar totalmente ao processo de investigação deste evento". A Gol explicou que quem contratou o serviço para este período terá o dinheiro devolvido, ou o serviço poderá ser postergado até o fim do ano.

Ficou mantido apenas o serviço Dog&Cat Cabine, para os clientes que levam seus pets na cabine do avião. A empresa só permite que viagem na cabine, junto com os tutores, os cães e gatos de até 10 quilos.

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