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Lula chama proposta sobre aborto em debate na Câmara de 'insanidade' e diz que prática é realidade

Urgência do texto foi aprovada a toque de caixa na última quarta-feira na Câmara dos Deputados

Lula: presidente crítica projeto em discussão na Câmara ( Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Lula: presidente crítica projeto em discussão na Câmara ( Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de junho de 2024 às 09h53.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de insanidade projeto de lei da Câmara que equipara o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. Lula falou sobre o tema em coletiva de imprensa na Itália onde participa de agenda na Cúpula do G7. Lula disse que é contra o aborto, mas afirmou que a prática é uma realidade no Brasil.

"Eu sou contra aborto, entretanto, como aborto é realidade, a gente precisa tratar aborto como questão de saúde pública. E eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso. Sinceramente, à distância, não acompanhei o debate muito intenso no Brasil, quando voltar vou tomar ciência disso, tenho certeza do que tem na lei já garante que a gente aja de forma civilizada para tratar com rigor o estuprador e para tratar com respeito a vítima. Quando alguém apresenta uma proposta que a vítima precisa ser punida com mais rigor que o estuprador, não é sério", afirmou Lula.

A urgência do texto foi aprovada a toque de caixa quarta-feira na Câmara — e gerou mobilizações nas redes sociais contra sua aprovação e também protestos nas ruas de capitais brasileiras. Antes da votação, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a questão “não é matéria de interesse do governo”.

Na sexta-feira, depois de ver as reações ao PL do aborto crescer, o governo federal passou a se posicionar de maneira mais firme contra o texto, que teve a tramitação em regime de urgência aprovada nesta semana na Câmara. Os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Marina Silva (Meio Ambiente), Cida Gonçalves (Mulheres) e a primeira-dama Janja da Silva criticaram a proposta ontem.

Em suas redes sociais, a primeira-dama Janja da Silva afirmou que o PL é “preocupante” e “ataca a dignidade das mulheres e meninas”. A primeira-dama ainda criticou a tramitação do texto na Câmara dos Deputados, afirmando que era “preocupante” a aprovação da urgência sem discussão nas comissões temáticas. Com a tramitação acelerada aprovada pelos deputados, o texto pode ser votado direto no plenário. E concluiu não se pode “revitimizar e criminalizar essas mulheres e meninas”, e que é preciso “protegê-las e acolhê-las”.

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