Brasil

Lula avalia antecipar anúncio de José Múcio como ministro da Defesa

Presidente eleito deverá escolher o general Júlio Cesar Arruda para o Exército, o almirante Aguiar Freire para a Marinha e o brigadeiro Marcelo Damasceno para a Aeronáutica

Lula - encontro com sociedade civil - mulheres - indigenas na COP27 - Sharm El Sheikh /Egito - COP 27 - 2022 -  UNFCCC 

Foto: Leandro Fonseca
Data: 11 / 2022 (Leandro Fonseca/Exame)

Lula - encontro com sociedade civil - mulheres - indigenas na COP27 - Sharm El Sheikh /Egito - COP 27 - 2022 - UNFCCC Foto: Leandro Fonseca Data: 11 / 2022 (Leandro Fonseca/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de dezembro de 2022 às 12h11.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia anunciar nesta quinta-feira, 8, o nome de José Múcio Monteiro como novo ministro da Defesa. Lula se programava para indicar seus ministros apenas após a diplomação, na segunda-feira que vem, dia 12, mas o convite a Múcio já estava acertado, como mostrou o Estadão. A antecipação da escolha do ministro se deu após o petista receber a informação de que os atuais titulares das Forças Armadas vão deixar os cargos em dezembro.

Quer receber os fatos mais relevantes do Brasil e do mundo direto no seu e-mail toda manhã? Clique aqui e cadastre-se na newsletter gratuita EXAME Desperta.

Interlocutores de Lula, da política e da caserna, aconselharam diversas vezes que o petista divulgasse o quanto antes a escolha do ministro da Defesa e dos generais mais antigos para o comando das Forças Armadas, de modo a quebrar o impasse na relação que impediu até a formação de um grupo de trabalho na transição.

A escolha de Múcio - ex-deputado, ex-articulador político de Lula e ex-presidente do TCU -, agradou os militares. Seguindo o critério da antiguidade na seleção dos comandantes, Lula deverá escolher o general Júlio Cesar Arruda para o Exército, o almirante Aguiar Freire para a Marinha e o brigadeiro Marcelo Damasceno para a Aeronáutica.

Ao fazer o gesto em direção ao Múcio, o presidente eleito ignorou a pressão de dirigentes e parlamentares petistas e de aliados contra o ex-presidente do TCU, que é visto como o "candidato do Forte Apache", uma referência ao quartel-general do Exército. Nos bastidores, dirigentes do PT pediram a Lula que insistisse com o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim para que ele voltasse à pasta. O petista mostrou contrariedade com a cobrança.

Ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) e ex-ministro das Relações Institucionais (2007-2009), Múcio é conhecido de longa data de Lula. Já atuou como deputado federal por Pernambuco durante cinco mandatos e tem carreira de quase cinquenta anos de vida pública. Elogiado pela capacidade de articulação política, José Múcio tem bom trânsito nas Forças Armadas e acredita-se que pode contornar dificuldades de relacionamento do petista com a cúpula militar.

No TCU, o ex-ministro se aposentou em 2020, aos 72 anos, três anos antes do prazo para a saída compulsória. O presidente Jair Bolsonaro (PL) o convidou para entrar no governo e escolher o cargo. "Eu sou apaixonado por você, José Múcio. Gosto muito de Vossa Excelência", disse Bolsonaro, em dezembro daquele ano.

Acompanhe tudo sobre:Governo LulaLuiz Inácio Lula da SilvaMinistério da Defesa

Mais de Brasil

Governo Tarcísio é aprovado por 68,8% e reprovado por 26,7%, diz Paraná Pesquisas

China desafia domínio da Starkink com planos de serviço de internet via satélite no Brasil

Governo divulga novo cronograma do CNU; veja datas atualizadas

Mauro Cid presta depoimento ao STF após operação e pedido de suspensão de delação