Lula: presidente eleito fecha lista de ministros do novo governo. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Alessandra Azevedo
Publicado em 29 de dezembro de 2022 às 11h15.
Última atualização em 29 de dezembro de 2022 às 14h49.
Depois de mais uma semana de negociações para conseguir acomodar os aliados na Esplanada dos Ministérios, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira, 29, mais 16 nomes que faltavam para fechar a composição ministerial do próximo governo, composto por 37 pastas. O pronunciamento ocorreu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da equipe de transição de governo, em Brasília
Dois dos nomes mais esperados eram o de Simone Tebet (MDB), que ficou com o Planejamento, fazendo uma dobradinha com Fernando Haddad (PT), na Fazenda, e Marina Silva (Rede), que ficou no comando do Meio Ambiente, cargo que já ocupou no primeiro governo do petista. Além de Marina e Tebet, Lula escolheu nove ministras mulheres.
O primeiro escalão do governo será composto por nove partidos. Além do PT, que terá 10 assentos, Lula cedeu três ministérios para o MDB, três para o PSD e três para o PSB. O União Brasil e o PDT terão o comando de duas pastas cada um. Outras legendas contempladas são o PSol, a Rede e o PCdoB, com um representante cada.
Os nove partidos representados na Esplanada contam com 262 deputados eleitos, o equivalente a mais da metade do total de 513 -- o que não significa que todos apoiarão o governo, mas sinaliza a preocupação do presidente eleito com a governabilidade a partir de 2023. No Senado, as siglas somam 45 parlamentares.
Lula desejou boa sorte aos indicados e recomendou que eles formem as equipes com pessoas que tenham competência técnica, mas sem receio de indicar políticos com experiência. "No meu governo, não há medo de escolher político. Sou daqueles que acham que fora da política não se encontra solução para quase nada no planeta", disse.
Outros nomes importantes para a composição do governo também foram anunciados. Fica com a liderança do governo na Câmara o deputado José Guimarães (PT-CE). Já no Senado, quem vai comandar as negociações é o senador Jaques Wagner (PT-BA). O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi o indicado para a liderança no Congresso Nacional.
"Depois de muita conversa e muitos ajustes, terminamos de montar o primeiro escalão do governo. Não menos importante, a partir da posse a gente vai começar a discutir o segundo escalão, os cargos do governo federal em cada estado, para que a gente possa, dentro de pouco tempo, ter todas as informações para fazer a máquina funcionar", disse Lula.
Devem entrar no segundo escalão partidos aliados que ficaram de fora da divisão dos ministérios, como Avante, PV, PROS e Solidariedade. Lula garantiu que a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) serão chefiadas por indígenas.
Lula ainda não anunciou quem presidirá a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, mas antecipou que os dois bancos serão comandados por mulheres. "O Banco do Brasil tem 200 anos e nunca se pensou, nem de perto, em ter uma mulher na presidência", destacou.
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