Lula: governo passará por uma mini reforma ministerial para acomodar os partidos do centrão (Valter Campanato/EBC./Agência Brasil)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 29 de agosto de 2023 às 09h56.
Última atualização em 29 de agosto de 2023 às 12h43.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira, 29, que vai criar o Ministério das Pequenas e Médias Empresas. Com a nova pasta, o governo passará a ter 38 ministérios. "Nós vamos criar, eu estou propondo a criação do ministério das pequenas e médias empresas, das cooperativas e dos empreendedores individuais. Para que tenha um ministério específico para cuidar dessa gente que precisa de crédito e de oportunidade", afirmou o petista em sua live semanal.
Na prática, o caminho mais provável é que a secretaria das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedorismo, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), seja transformada em um ministério. Entre as atribuições da futura pasta estará o desenvolvimento de ações de apoio à inserção de artesãos, microempreendedores individuais (MEI), microempresas e empresas de pequeno porte na economia brasileira e no mercado internacional.
Em meio as negociações para a entrada do Partido Progressista e Republicanos no governo, o novo ministério servirá para acomodar aliados e consolidar a base parlamentar de Lula. O Planalto já confirmou que os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) serão nomeados, mas até então, não havia sinalização sobre o novo desenho da esplanada dos ministérios.
Os ministérios do Esporte, dos Portos e Aeroportos e do Desenvolvimento Social também estão na mira do Centrão na reforma ministerial. PP também deve indicar a nova presidente da Caixa Econômica Federal. A expectativa é que Lula conclua a reforma ministerial até o final da semana. Na segunda-feira, o senador Jacques Wagner, líder do governo na Casa, afirmou que as mudanças devem acontecer até sexta-feira.
Hoje, a base fiel de Lula conta com pouco menos de 140 votos na Câmara e depende da liberação de emendas e cargos para alcançar o quórum constitucional de 308 deputados. A nova acomodação política também passa pela adesão do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), ao posto decoordenador político informal do Planalto para remover as resistências da maioria dos partidos de centro-direita, predominantes na Casa.