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Lula afirma que há 'erros' na comunicação do governo e que será obrigado a 'fazer correções'

Presidente afirmou ainda que o governo e o PT não sabem usar a internet como a extrema-direita e que em dois anos do governo nem sequer se conseguiu fazer pesquisas aprofundadas sobre a comunicação digital

Lula admitiu falha em comunicação (AFP)

Lula admitiu falha em comunicação (AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 19h31.

Última atualização em 6 de dezembro de 2024 às 19h32.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas à comunicação do governo e do PT durante o encerramento do seminário realizado pelo partido nesta sexta-feira, 6, em Brasília. Em participação por videoconferência no evento, afirmou que precisará fazer correções e admitiu que há erro seu na comunicação das ações do governo.

"Há um erro no governo na questão da comunicação e eu sou obrigado a fazer as correções necessárias para que a gente não reclame de que a gente não está se comunicando bem", afirmou Lula.

Lula se referia a área comandada por Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom). À frente da pasta no Palácio do Planalto desde o início do governo, Pimenta é um dos auxiliares mais próximos à Lula. Ao falar para os militantes petistas, o presidente fez uma crítica ampla à comunicação, disse que "algo precisa ser mudado" para que as pessoas tenham conhecimento das realizações de sua gestão e que irá tratar das mudanças no começo de 2025:

"Alguma coisa precisa ser mudada para que as pessoas tenham acesso aquilo que nós estamos fazendo. Nós não estamos conseguindo colocar as coisas que nós estamos fazendo. E essa é uma das minhas preocupações que quero começar a resolver no começo de ano e quero resolver junto com o partido. O partido também tem obrigação de divulgar as ações do governo, para que a gente possa competir com quem está mentindo."

Lula admitiu sua parcela de culpa nas falhas em divulgar essas ações e lamentou que não há organização de entrevistas coletivas a jornalistas:

"Quero dizer para vocês que há um erro, um equívoco meu na comunicação, o (Ricardo) Stuckert (Secretário de Audiovisual) costuma dizer: 'presidente, o senhor é o maior comunicador do nosso partido, o senhor tem que falar mais'. E a verdade é que eu não tenho organizado as entrevistas coletivas, elas não tem sido organizadas. Eu adoro falar em rádio. E é preciso que a partir de agora a gente comece a fazer as coisas do jeito que precisa ser feito porque não será os nossos adversários que vão falar bem de nós."

O presidente afirmou ainda que o governo e o PT não sabem usar a internet como a extrema-direita e que em dois anos do governo nem sequer se conseguiu fazer pesquisas aprofundadas sobre a comunicação digital. Também criticou a falta de licitações para a área.

"E nós não conseguimos sequer usar a internet com o poder de alcance que ela possa ter. E eu quero assumir a minha culpa porque até hoje estamos há dois anos no governo e a gente não conseguiu ter uma imprensa digitalizada e competitiva. A gente não conseguiu. A gente não conseguiu, sequer, em dois anos de governo, fazer um estudo mais aprofundado sobre a questão digital e sequer conseguimos fazer uma licitação para ter uma imprensa digitalizada mais competitiva."

Lula reclamou que cada militante, deputado e senador petista tem sua própria rede social e que não há uma unificação no discurso de defesa do governo por parte da legenda:

"Nós não temos uma digitalização do PT que pensa e fale a mesma linguagem durante todo o dia nesse país. Isso é uma coisa que vamos ter que levar em conta nesses dois anos que faltam para terminar meu governo. Começar inclusive fazendo licitação para que a gente tenha a questão da digitalização levada muito a sério, tanto pelo governo, quanto pelo nosso partido."

A Secom chegou a por na rua uma licitação para estruturar a comunicação digital do governo Lula mas precisou cancelar o certamente em agosto. A concorrência, de R$ 197,7 milhões, foi suspensa em julho pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por fatos de “extrema gravidade”, como a suspeita de violação do sigilo do processo. A licitação entrou na mira do TCU depois que a lista de vencedoras do certame foi antecipada na véspera da divulgação do resultado pelo site O Antagonista.

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