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Luciano Huck retoma consultas sobre candidatura e é incentivado

Até Paulo Guedes, o economista de Bolsonaro, está apoiando a candidatura do apresentador

O apresentador Luciano Huck durante o evento "Amarelas ao Vivo", da revista Veja (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

O apresentador Luciano Huck durante o evento "Amarelas ao Vivo", da revista Veja (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de fevereiro de 2018 às 10h09.

São Paulo - O apresentador Luciano Huck passou a ser encarado como uma opção do centro político após voltar a avaliar uma possível candidatura à Presidência.

Nesta sexta-feira (9), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse, em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, que Huck "está considerando a possibilidade" de se candidatar. O apresentador intensificou nos últimos dias as consultas a políticos e empresários sobre a viabilidade de seu nome na disputa presidencial.

Na quinta (8), Huck jantou em São Paulo com FHC e ontem tomou café da manhã com o economista Paulo Guedes. O fundador do banco Pactual, que atualmente aconselha o deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ), foi o primeiro a estimular Huck e calcular potencial eleitoral no apresentador da TV Globo. Ambos o incentivaram a manter o projeto.

Segundo relatos de pessoas próximas a Huck, ele disse ao economista que estava surpreso positivamente com as manifestações de apoio que tem recebido de representantes do mundo político mesmo depois de ter anunciado no fim do ano passado que não seria candidato. O apresentador voltou a se aconselhar com Guedes.

Embora reitere que está alinhado com o correligionário Geraldo Alckmin (PSDB), Fernando Henrique tem sido um incentivador da candidatura de Huck argumentando que é bom para o País ter "opções". Esta foi uma avaliação consensual durante um almoço na terça-feira passada no apartamento do ex-presidente, no bairro de Higienópolis. O almoço reuniu FHC, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (MDB).

A análise é de que o campo político que vai da centro esquerda - representada principalmente pelo PPS, sigla que tenta filiar Huck - aos partidos liberais precisa ter "alternativas" ao governador paulista, que já foi lançado pré-candidato, mas ainda não atingiu dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto.

Hartung é cotado como possível vice de Huck. Roberto Freire, presidente do PPS, e o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga são interlocutores frequentes dele. Maia, que no fim do ano passado tentou atrair o apresentador para o DEM, mais recentemente passou a admitir que ele mesmo pode se candidatar.

O destino de Huck é tratado como uma decisão de "foro íntimo", mas entre líderes políticos a avaliação é de que "o olho dele está brilhando". Com quem conversou nos últimos dias, o apresentador se mostra dividido entre o que deseja a "pessoa física" e as obrigações da "pessoa jurídica". A "pessoa física" está propensa a enfrentar o desafio de uma candidatura, mas seus compromissos profissionais (contrato com TV e patrocinadores) pesam contra. A TV Globo reforçou o pedido para que o apresentador se defina antes do fim de fevereiro - de preferência logo depois do carnaval. A nova grade de programação da emissora estreia em abril. Uma decisão de Huck vai causar impacto em toda a formatação da TV para 2018. Se decidir por disputar a Presidência, a emissora deve tirar do ar o Caldeirão do Huck e o programa de sua mulher, Angélica.

"Ele está considerando a possibilidade", afirmou FHC. "Mas ele trabalha na Globo, tem um contrato e tem que pesar estas coisas todas. Ele tem que ver por qual seria o partido e como vai ser. Que eu saiba, não há uma decisão por parte dele e não é uma decisão fácil. É uma decisão que tem que ser dele. Eu não vou imaginar que eu possa influir, pois ele sabe a minha posição."

Já Maia, agora pré-candidato, vê com ceticismo a possível candidatura. "Se ele escreveu mais de uma vez que não é candidato, inclusive na Justiça Eleitoral, não trabalho com esse assunto como uma opção. Se ele mudar de opinião - e ele tem todo o direito de escrever uma coisa num dia e outra no outro -, aí vai ser outro debate", disse à TV Bandeirantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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