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Lockdown já atinge ao menos 6,8 milhões de brasileiros

O bloqueio total está em vigor em três capitais, mas é alvo de estudo ou foi aplicada parcialmente em outros 13 estados

O lockdown é considerado o último recurso contra a covid-19 e foi adotado em outros países (Agência Pará/Divulgação)

O lockdown é considerado o último recurso contra a covid-19 e foi adotado em outros países (Agência Pará/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de maio de 2020 às 07h49.

Última atualização em 8 de maio de 2020 às 07h50.

Ao menos 6,8 milhões de brasileiros já vivem em cidades sob regime de bloqueio completo por causa do novo coronavírus. A medida está em vigor em três capitais, São Luís, Belém e Fortaleza, mas também é alvo de estudo ou foi aplicada parcialmente em outros 13 Estados, incluindo Rio e São Paulo.

O lockdown, termo usado para designar o fechamento das cidades, é considerado o último recurso contra o avanço da covid-19 e foi adotado em outros países, como Itália e Espanha. Com modelo mais rígido de isolamento, os moradores só podem sair de casa em casos autorizados, como para comprar alimento, remédio ou ir ao médico, sob pena de multa ou até de responder a ações penais.

Nesta semana, o ministro da Saúde, Nelson Teich admitiu, pela primeira vez, que locais mais afetados pela pandemia devem endurecer o confinamento. Dez Estados são responsáveis por 90,6% dos óbitos registrados no Brasil. Entre eles, Maranhão, Pará e Ceará já anunciaram fechamento de 15 cidades. Na Bahia e no Rio, os prefeitos das capitais anunciaram "lockdown parcial", com bloqueios em alguns bairros.

Com os sistemas de saúde já sobrecarregados, Pernambuco e Amazonas chegaram a pedir o fechamento, mas a medida foi negada pela Justiça. Os governos de São Paulo e Espírito Santo admitem a possibilidade de restringir mais o isolamento social. No Paraná, o 10.º no ranking de vítimas por coronavírus, o prefeito de Curitiba afastou a hipótese até o momento.

Em Fortaleza, o "confinamento obrigatório" passa a valer hoje imposto por decretos publicados pelo prefeito e pelo governador ( mais informações nesta página). "Nas poucas vezes que saí de casa percebi que o isolamento social em Fortaleza não está acontecendo da forma correta", diz a professora Fernanda Valente de 41 anos, que aprova a medida. No Pará, o bloqueio total começou a valer ontem. A decisão inclui Belém, além de municípios da região metropolitana e do interior.

A primeira iniciativa ocorreu no Maranhão - após decisão da Justiça, que foi acatada pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Sob argumento de ocupação total de leitos, São Luís e as cidades vizinhas São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar foram fechadas.

O lockdown começou a valer na terça-feira e bloqueios foram adotados. Para circular, as pessoas precisam estar de máscara e comprovar, por documento, que trabalham em serviço essencial ou precisam sair de casa por abastecimento ou socorro. Parcial.

No Rio, o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) anunciou "lockdown parcial" a partir da zona oeste, região onde há mais aglomerações. A medida foi tomada após o Ministério Público encaminhar relatório da Fiocruz defendendo a adoção urgente de medidas rígidas de isolamento. O governador Wilson Witzel (PSC) vem sendo pressionado a adotar o bloqueio total. Ele acredita, porém, que cabe a cada município impor medidas restritivas.

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