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Locais da tragédia em Realengo não serão mais salas de aula

Diretor da Escola anunciou que as duas salas onde aconteceram os tiros serão transformadas em espaços coletivos

A Escola Tasso da Silveira, em Realengo: dez alunos pediram transferência (Agência Brasil)

A Escola Tasso da Silveira, em Realengo: dez alunos pediram transferência (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2011 às 18h17.

Rio de Janeiro - As duas salas da Escola Municipal Tasso da Silveira onde, na última quinta-feira (7), o atirador Wellington Menezes de Oliveira fez disparos contra os alunos não serão mais destinadas às aulas. Os espaços serão transformados em biblioteca digital e sala multiuso. A informação foi divulgada hoje (11) pelo diretor da escola, Luis Marduk.

As reformas são tentativas de apagar um pouco da cabeça dos estudantes as cenas do massacre e de evitar que eles deixem a escola, disse Marduk, que trabalha há 20 anos no local. Segundo ele, até o momento, foram feitos apenas dez pedidos de transferência.

“Acredito que, se eles ficarem aqui e vencerem o medo, vão afastar o fantasma. Se, neste momento, eles se esconderem em outra escola, vão ficar com essa coisa na cabeça. Temos que ficar aqui dentro e vencer esse terror. Tem que viver essa dor até o final e reconquistar o espaço, que é nosso”, afirmou Marduk.

Ele explicou que a idéia é dar uma "repaginada" na escola e disse que ainda não há prazo para a volta às aulas. O prédio será repintado e as salas de aula não serão mais identificadas por números, apenas por cores. Os próximos dias serão dedicados a atividades culturais abertas à comunidade, com oficinas de pintura, de música e de teatro.

“Não tem nenhuma previsão de reinício de aulas. Na semana que vem, a escola será reaberta à comunidade, aos alunos e responsáveis. Estamos programando atividades de arte e, na segunda-feira (18), haverá um grande evento com a participação de artistas, para que eles motivem o retorno dos alunos à escola.”

Para Marduk, a entrada de Wellington na escola não pode ser considerada uma falha do funcionário que estava encarregado do portão. “Ele [o assassino] teria acesso à Câmara dos Deputados. Ele veio premeditado. Se houvesse um policial militar na porta, ele entraria”, afirmou.

Ex-aluno da escola, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, atirou indiscriminadamente nos alunos que estavam em duas salas de aula. Doze morreram e dez continuam internados. O atirador foi atingido por um policial e se matou.

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