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Lobista silencia ante "marcha inevitável dos acontecimentos"

Lobista Adir Assad escolheu não se pronunciar ao juiz Sérgio Moro, afirmando apenas que "as coisas acontecem independente da vontade da gente"

Adir Assad: lobista afirmou que ficaria calado por orientação da advogada (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Adir Assad: lobista afirmou que ficaria calado por orientação da advogada (Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 14h15.

São Paulo - O lobista Adir Assad escolheu o silêncio perante o juiz federal Sérgio Moro em audiência na quarta-feira, 14, na Operação Lava Jato. Assad é investigado em diversas operações contra corrupção.

Em pouco mais de um ano o lobista foi alvo de três mandados de prisão - Lava Jato, no Paraná, Operação Saqueador, no Rio, e Operação Pripyat, desdobramento da Lava Jato no Estado fluminense.

Na quarta, Adir Assad seria interrogado na ação penal que responde sobre propina nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes). O lobista declarou que, por "orientação da (sua) advogada", ficaria em silêncio "com todo respeito".

"Vou só falar que as coisas acontecem independente da vontade da gente, a marcha inevitável dos acontecimentos. Eu vou ficar calado", disse.

Na Lava Jato, no Paraná, o lobista foi capturado preventivamente em 16 de março de 2015 e condenado pelos crimes de lavagem e de associação criminosa a 9 anos e dez meses de prisão em um processo. A sentença foi imposta em 21 de setembro de 2015. Ele é acusado em outras ações penais.

Adir Assad foi colocado em prisão domiciliar no dia 16 de dezembro do ano passado, com tornozeleira eletrônica, por determinação do Supremo Tribunal Federal.

Em 5 de agosto de 2016, Moro restabeleceu a prisão preventiva de Adir Assad. Na decisão de 5 de agosto em que restabeleceu a prisão preventiva do lobista, o juiz Moro o classificou como "um profissional da lavagem de dinheiro, envolvido reiterada e sistematicamente em diversos esquemas criminosos, evidenciando risco à ordem pública".

Em junho deste ano, a 7.ª Vara Federal Criminal do Rio decretou a prisão de Adir Assad na Operação Pripyat, que investiga corrupção e propina nas obras da Usina de Angra 3, e também na Operação Saqueador, que apura lavagem de dinheiro pela empresa Delta Construções S/A. Adir Assad deixou a prisão domiciliar, decretada pela Lava Jato, no Paraná, e foi capturado preventivamente no Rio.

Após um pedido de habeas corpus, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva de Assad, no âmbito da Operação Saqueador, e fixou sete medidas cautelares, entre elas, entrega de passaporte e proibição de deixar o País.

Como estava com prisão preventiva decretada por Sérgio Moro, na Lava Jato, no Rio, Adir Assad foi levado para a prisão, em Curitiba.

Adir Assad era conhecido pela promoção de shows e eventos no Brasil sendo responsável por trazer a banda U2 e as cantoras Amy Winehouse e Beyoncé para exibições no País.

Com uma vasta rede de empresas de fachada e laranjas, porém, ele acabou ganhando destaque nas páginas policiais a partir de março de 2015 quando foi preso a primeira vez.

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