Curitiba e Brasília - Investigadores da Operação Lava Jato encontraram divergências nos dados de contratação e pagamentos feitos pela empreiteira Engevix Engenharia para a JD Assessoria e Consultoria Ltda., do ex-ministro José Dirceu.
Quebra de sigilo fiscal da empresa mostra que ela recebeu da empreiteira, acusada de cartel e corrupção na Petrobras, R$ 1,1 milhão, entre 2008 e 2011.
O valor e as datas de vigência não batem com os que constam no contrato entregue pela defesa da JD, no dia 12 de março, à Justiça Federal.
O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal para que a empresa de consultoria completasse informações prestadas de pagamentos de empresas do cartel para ele.
O contrato, em poder da Lava Jato, foi assinado no dia 2 de novembro de 2010. Ele previa pagamento de R$ 300 mil, de forma parcelada. O objeto era o serviço de "assessoria jurídica, institucional para atuação no mercado latino americano e africano".
O vice-presidente da Engevix, Gérson de Mello Almada, em depoimento à Justiça Federal na terça-feira, 17, disse que contratou Dirceu para fazer "lobby internacional".
O documento contratual registra ainda prazo de execução de seis meses. Há, porém, referência a início do objeto em 2 de novembro de 2009 e término em 1 de maio de 2011.
Os dados da Receita Federal de quebra de sigilo da empresa de consultoria indicam outros valores. Consta que a Engevix pagou à JD o total de R$ 1,1 milhão, entre 2008 e 2011 - não R$ 300 mil, apenas.
Os pagamentos começaram antes do período de vigência ou de assinatura do contrato entregue pela JD. O termo é de novembro de 2010, mas cita início em novembro de 2009.
Ambas as datas são posteriores aos lançamentos de pagamento registrados pela Receita. Em 2008 e 2009 constam recebimentos de R$ 100 e R$ 260 mil, respectivamente.
Em 2010, ano em que o contrato seria assinado em novembro, a empreiteira pagou R$ 650 mil para a JD. Houve ainda pagamentos em 2011 que totalizaram R$ 100 mil.
Durante a audiência do processo em que Gerson Almada é réu por corrupção e lavagem de dinheiro, o executivo viu pela primeira vez a cópia do contrato entregue pela JD à Justiça Federal.
Preso desde o dia 14 de novembro de 2014 pela Lava Jato, Almada apontou ao juiz federal Sérgio Moro possível erro nas datas de execução e vigência registradas no documento.
"Já tem um erro nesse contrato. Seis meses, começando em 2 de novembro de 2009 e terminando em 1 de maio de 2011. Mas acho que o válido é seis meses", disse Almada.
Moro chamou a atenção da divergência de datas. Consta aqui que a empresa Engevix teria pago R$ 100 mil no ano de 2008 à empresa JD, antes até desse contrato", disse o magistrado.
"É um contrato estranho, porque a assinatura é 2 de novembro de 2010, mas consta início em novembro de 2009."
Almada confirmou ser sua a assinatura no documento. "Acho que é seis meses (período do contrato), deve ter um erro. Garanto que dois anos e meio não era, é algum erro", afirmou Almada.
O executivo disse que os serviços não tinham relação com a Petrobras, eram serviços de lobby em Cuba e no Peru.
Investigadores da Lava Jato querem saber porque a JD não apresentou o contrato que respaldou os demais pagamentos, que constam na quebra do sigilo fiscal da empresa.
Notas fiscais entregues pela defesa do ex-ministro podem explicar os recebimentos mensais que eram de R$ 20 mil a R$ 50 mil iniciados em 2008 e encerrado em 2011.
Cartel
Quebra dos sigilos mostraram que além das empresas que embasaram os pedidos de devassa nas contas e no patrimônio do ex-ministro (Galvão Egenharia, OAS e UTC), havia outras empreiteiras pagando os serviços da JD: Engevix, Egesa, MPE, Camargo Corrêa, Delta e Jamp Engenheiros.
A empresa de consultoria do ex-ministro recebeu R$ 29 milhões em nove anos de atuação. Contratada por empresas do cartel acusado de corrupção na Petrobras, a JD passou a ser investigada no final do ano passado, suspeita de ter prestado falsas consultorias que serviram para ocultar o pagamento de propina.
A JD Assessoria recebeu pagamentos de mais de 50 empresas. Segundo a defesa do ex-ministro, os contratos assinados com três empreiteiras (Galvão Engenharia, UTC Engenharia e OAS) alvos da Lava Jato representam cerca de 16% dos clientes.
A advogada Anna Luiza de Sousa, que subscreve a peça de defesa do ex-ministro, argumenta que as margens dos lucros da JD são menores que a média das empresas de consultoria.
Ela afirma que a atividade da empresa do ex-ministro 'é lícita, correspondendo aos contratos assinados e aos serviços realizados'.
-
1. Investigação
zoom_out_map
1/35 (Nacho Doce/Reuters)
São Paulo – Ao menos 33 políticos já tiveram seus nomes associados às investigações da
Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na
Petrobras. As suspeitas envolvem seis
partidos diferentes -- PT, PMDB, PP, PSDB, SDD e PTB. Dentre os políticos, 28 foram citados pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, em seu acordo de delação premiada, de acordo com o jornal
O Estado de S.Paulo. Também há nomes citados por outros investigados. O policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, que seria funcionário do doleiro Alberto Youssef, levantou suspeitas sobre Eduardo Cunha (PMDB) e Antonio Anastasia (PSDB). Já o senador Fernando Collor (PTB) aparece na investigação devido a documentos apreendidos com o doleiro Youssef. A expectativa é que o Ministério Público Federal apresente denúncia contra os políticos ao Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro. Veja nas fotos acima quem são os 32 políticos supostamente envolvidos no esquema e o que eles têm a dizer.
-
2. Gleisi Hoffmann (PT-PR)
zoom_out_map
2/35 (Pedro França/Agência Senado)
De acordo com o jornal
O Estado de S.Paulo, o doleiro Alberto Youssef disse ter destinado R$ 1 milhão para a campanha da senadora Gleisi Hoffmann em 2010.
Gleisi foi ministra-chefe da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma Rousseff. Ainda segundo a publicação, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa já havia citado um pedido de “ajuda” para campanha da senadora. Gleisi nega ter pedido ou recebido o dinheiro. Ela afirma não conhecer o doleiro e diz que nunca teve contato com o esquema investigado pela Operação Lava Jato.
-
3. Humberto Costa (PT-PE)
zoom_out_map
3/35 (Moreira Mariz/Agência Senado)
O senador Humberto Costa (PT-PE) também apareceu nos depoimentos de Paulo Roberto Costa à Operação Lava Jato. De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o ex-diretor da Petrobras disse que o petista recebeu R$ 1 milhão do esquema para sua campanha de 2010. O dinheiro teria vindo da cota do PP dentro do esquema. O senador nega. Em nota, Humberto Costa disse: “Todas as doações de campanha que recebi na minha candidatura ao Senado em 2010 foram feitas de forma legal, transparente, devidamente declaradas e registradas em minha prestação de contas à justiça eleitoral e inteiramente aprovadas, estando disponíveis a quem queira acessá-las.”
-
4. Antônio Palocci (PT)
zoom_out_map
4/35 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Paulo Roberto Costa teria dito em depoimento que o ex-ministro Antonio Palocci pediu R$ 2 milhões para a campanha de Dilma Rousseff em 2010. Palocci coordenou a campanha da presidente naquele ano; ele também foi ministro dos governos Dilma e Lula. Em nota, Palocci negou as acusações. “O ex-ministro nega veementemente as informações relativas à sua pessoa, vazadas de suposto depoimento no âmbito da delação premiada”, diz o texto.
-
5. Lindbergh Farias (PT-RJ)
zoom_out_map
5/35 (Wilson Dias/ABr)
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores da Operação Lava Jato, teria trabalhado para a campanha de Lindbergh Farias para o governo do Rio de Janeiro. Uma das funções de Costa seria buscar apoio junto a empreiteiras. Lindbergh nega que tenha tido qualquer envolvimento com o esquema de corrupção investigado na Lava Jato. Nega também que tenha sido citado pelo ex-diretor como um dos políticos envolvidos no esquema. Ao jornal
Folha de S.Paulo, o senador afirmou: “Me reuni com [Paulo Roberto Costa] em três ocasiões, em janeiro de 2014, para discutir meu programa de governo na área de petróleo e gás. Nesta última reunião, conversamos sobre campanha e ele disse que ia falar com algumas empresas para ver quem poderia me ajudar (com doações). É uma situação totalmente diferente de participar de esquema de corrupção dentro da Petrobras”.
-
6. Tião Viana (PT-AC)
zoom_out_map
6/35 (Agência Brasil)
O governador do Acre Tião Viana (PT) também foi citado pelo delator Paulo Roberto Costa. De acordo com reportagem do jornal
O Estado de S.Paulo, Viana teria recebido R$ 300 mil do esquema de corrupção envolvendo a Petrobras. O dinheiro seria destinado a sua campanha de 2010. Por meio de sua assessoria de imprensa, o governador negou envolvimento com esquema e disse que “não conhece e nunca teve qualquer tipo de relação” com o ex-diretor da Petrobras.
-
7. Delcídio Amaral (PT-MS)
zoom_out_map
7/35 (Wikimedia Commons)
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) também teria sido citado por Paulo Roberto Costa como envolvido no esquema de corrupção na Petrobras. Delcídio foi diretor de Gás e Energia da estatal entre 1999 e 2001. O senador afirmou que as denúncias se referem ao período anterior ao seu mandato como senador. Disse também que “esses fatos foram amplamente utilizados durante a campanha eleitoral de 2014 mesmo já tendo sido rigorosamente analisados”.
-
8. Cândido Vaccarezza (PT-SP)
zoom_out_map
8/35 (Antonio Cruz/ABr)
Outro supostamente citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa é o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP). O petista nega envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Em entrevista coletiva concedida em setembro, Vaccarezza afirmou: “Nunca recebi dinheiro do senhor Paulo Roberto Costa e não acho correto divulgar isso sem provas”.
-
9. Vander Loubet (PT-MS)
zoom_out_map
9/35 (Flickr/Vander Loubet)
Outro supostamente citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa é o deputado federal Vander Loubet (PT-MS). O deputado afirmou que “não teve relação institucional, política ou de outra natureza” com o ex-diretor. Loubet disse ainda que está à disposição da Justiça para esclarecer o tema.
-
10. Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
zoom_out_map
10/35 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é suspeito de ter recebido dinheiro por meio do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, que seria um dos funcionários do doleiro Alberto Youssef. O deputado, que é candidato à presidência da Câmara, foi citado na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Ele, no entanto, nega qualquer envolvimento. A defesa de Alberto Youssef também afirmou que o doleiro nunca mandou dinheiro para Cunha.
-
11. Renan Calheiros (PMDB-AL)
zoom_out_map
11/35 (Ueslei Marcelino/Reuters)
O senador
Renan Calheiros (PMDB-AL) também teria sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em depoimento no âmbito da delação premiada sobre esquema de corrupção na Petrobras. Presidente do senado, Calheiros teria sido citado também pela ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, operador do esquema. Segundo a contadora, antes de ser preso na Operação Lava Jato, Youssef teria dito a ela que se encontraria com o senador. Em nota, Renan Calheiros negou envolvimento no esquema. "O senador reafirma que nunca esteve, agendou conversas e nunca ouviu falar de Alberto Youssef e de sua contadora”, diz a nota.
-
12. Edison Lobão (PMDB)
zoom_out_map
12/35 (José Cruz/Agência Brasil)
Outro nome supostamente citado pelo delator Paulo Roberto Costa, o ex-ministro de Minas e Energia
Edison Lobão (PMDB) afirmou que não tem informações sobre a forma como teria sido citado. “Só posso responder quando souber o que se alega contra mim ou se há alguma alegação contra mim. Não devo nada, estou isento de qualquer culpa, venha de onde vier", defendeu-se.
-
13. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
zoom_out_map
13/35 (Ueslei Marcelino/Reuters)
O presidente da Câmara dos Deputados
Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) também foi supostamente citado por Paulo Roberto Costa em sua delação premiada. Devido à suspeita, Alves pediu que seu nome fosse retirado da lista de cotados para os ministérios do segundo mandato de Dilma. Em nota, o deputado diz que "faz questão que seja esclarecida a citação absurda envolvendo o seu nome".
-
14. Sérgio Cabral (PMDB-RJ)
zoom_out_map
14/35 (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Também citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o ex-governador do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral (PMDB-RJ) diz "repudiar" a menção de seu nome.
Ele disse que sua relação com Costa "sempre foi institucional".
-
15. Roseana Sarney (PMDB-MA)
zoom_out_map
15/35 (.)
Roseana Sarney (PMDB-MA) é mais uma na lista de ex-governadores que aparecem na delação de Paulo Roberto Costa. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que representa Roseana, nega envolvimento da ex-governadora do Maranhão. Ele explicou que "por falta de sorte" o nome dela apareceu em meio às investigações da Petrobras, mas que, na verdade, ela está sendo investigada pelo pagamento de precatórios efetuado pelo governo maranhense a duas construtoras - caso que está a cargo do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
-
16. Valdir Raupp (PMDB-RO)
zoom_out_map
16/35 (Geraldo Magela/Agência Senado)
Também citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o senador
Valdir Raupp (PMDB-RO) disse "nunca" ter pedido "um centavo" a Costa.
-
17. Romero Jucá (PMDB-RR)
zoom_out_map
17/35 (José Cruz/ABr)
Mais um nome citado pelo delator da Operação Lava Jato, o senador
Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou, via assessoria, que não conhece Costa e que nunca recebeu nada.
-
18. Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ)
zoom_out_map
18/35 (Reprodução/Facebook/Alexandre Santos)
Também do PMDB, o deputado federal Alexandre Santos (RJ) foi outro que teve seu nome citado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Santos não se pronunciou sobre o assunto.
-
19. Eduardo Campos (PSB)
zoom_out_map
19/35 (Divulgação)
O ex-governador de Pernambuco,
Eduardo Campos (PSB), foi outro citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Campos morreu num acidente aéreo em agosto de 2014, durante campanha para presidente da República. Em nota, o PSB disse ter "extrema confiança" em Eduardo Campos. "O ônus da prova é de quem acusa, portanto, o senhor Paulo Roberto Costa deve provar a sua denúncia, até porque ele cita um líder com reputação ilibada e que não está mais aqui para se defender", afirmou o partido. Campos morreu em agosto em um acidente aéreo.
-
20. Sérgio Guerra (PSDB)
zoom_out_map
20/35 (José Cruz/Agência Brasil)
Outro nome citado por Paulo Roberto Costa em seus depoimentos é o do ex-presidente do PSDB
Sérgio Guerra. O tucano morreu em março de 2014. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, Costa teria dito que repassou propina ao ex-presidente do PSDB para que ele ajudasse a esvaziar uma CPI que investigava a Petrobras, em 2009. Na época, Guerra era senador. Em nota, o PSDB disse que todas as acusações feitas por Paulo Roberto Costa devem ser investigadas.
-
21. Antonio Anastasia (PSDB-MG)
zoom_out_map
21/35 (Elza Fiúza/ABr)
O ex-governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB) foi
citado em depoimento dado à Operação Lava Jato pelo
policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca. Careca teria dito que entregou R$ 1 milhão a Anastasia, em 2010, a mando do doleiro Alberto Youssef. Na época, o tucano era candidato a governador de Minas Gerais. De acordo com o depoimento do policial, o dinheiro teria sido entregue em uma casa em Belo Horizonte.
Careca fazia entregas de dinheiro pelo doleiro Alberto Youssef. Em nota, o ex-governador de Minas Gerais disse estar indignado e negou conhecer o policial federal Careca ou o doleiro Alberto Youssef.
O tucano afirmou ainda que já constituiu advogado para esclarecer o caso "por todos os meios possíveis, inclusive acareação com o acusador". A defesa de Alberto Youssef também afirmou que o doleiro nunca mandou dinheiro para Anastasia.
-
22. Ciro Nogueira (PP-PI)
zoom_out_map
22/35 (Wikimedia Commons)
O senador
Ciro Nogueira, do PP do Piauí, também foi citado pelo ex-diretor da Petrobras. Em carta enviada ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, Nogueira afirmou que renuncia se houver qualquer "comprovação de vínculo financeiro ilegal ou impróprio".
-
23. João Pizzolatti (PP-SC)
zoom_out_map
23/35 (Luiz Alves/Câmara Federal)
O deputado federal João Pizzolatti (PP-SC) também foi supostamente citado por Paulo Roberto Costa como parlamentar envolvido no esquema de corrupção da Petrobras. A notícia foi divulgada pela revista Veja. Em nota, o deputado negou envolvimento no esquema. “O deputado nega, de forma veemente, a prática de qualquer ato ilícito ao longo de sua vida pública, não tendo conhecimento da existência de absolutamente nenhum depoimento do Sr. Paulo Roberto Costa que possa ter envolvido o seu nome”, disse o catarinense.
-
24. Nelson Meurer (PP-PR)
zoom_out_map
24/35 (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados)
O deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) também teria sido citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Meurer aparece ainda em documentos apreendidos pela Operação Lava Jato. De acordo com o jornal
O Globo, o nome do deputado consta na planilha de pagamentos do doleiro Carlos Habib Chater.
Meurer diz que não recebeu dinheiro de Chater. “Nunca falei com ele, nem sabia que ele existia. A não ser que alguém recebeu esse dinheiro em meu nome, mas eu desconheço”, disse.
-
25. Simão Sessim (PP-RJ)
zoom_out_map
25/35 (Leonardo Prado/Câmara dos Deputados)
O deputado federal Simão Sessim (PP-RJ) também é suspeito de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com as investigações, Sessim teria pedido “ajuda” a Paulo Roberto Costa para indicar a locadora de veículos de um amigo para grandes empreiteiras. As informações são do jornal
O Estado de S.Paulo. Ao jornal, o deputado classificou o caso como “tempestade em copo d’água”. Sessim negou qualquer pedido de tráfico de influência e disse não conhecer Youssef.
-
26. José Otávio Germano (PP)
zoom_out_map
26/35 (Reprodução/Facebook/José Otávio Germano)
Mais um nome do PP citado pelo ex-diretor da Petrobras como envolvido no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, o deputado federal José Otávio Germano (PP-RS) negou as informações em nota. “É com muita tristeza e indignação que vejo meu nome ser citado por alguém que se vale do instrumento da delação premiada para tentar implicar-me numa caso onde não tenho absolutamente nenhum envolvimento. Afirmo categoricamente que nada sei sobre os fatos denunciados pela Operação Lava Jato, e que por isso mesmo nada devo e nada temo”, disse o deputado.
-
27. Benedito de Lira (PP-AL)
zoom_out_map
27/35 (Moreira Mariz/Agência Senado)
O senador Benedito de Lira (PP-AL) também teve seu nome citado na Operação Lava Jato. Lira foi derrotado nas eleições de 2014 para governo de Alagoas. O alagoano afirmou que não há fundamento na acusação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
-
28. Mário Negromonte (PP-BA)
zoom_out_map
28/35 (Wilson Dias/ABr)
O ex-ministro das Cidades
Mário Negromonte (PP-BA) foi outro que teve seu nome citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele negou que tenha recebido propina. "Jamais, zero, nunca Costa pode afirmar que fez negócios comigo. Durmo tranquilo."
-
29. Luiz Fernando Faria (PP)
zoom_out_map
29/35 (Divulgação)
Outro nome do PP citado na delação de Paulo Roberto Costa foi o do deputado federal Luiz Fernando Faria (PP-MG). Assessores do deputado afirmaram que os contatos de Faria com o ex-diretor da Petrobras “se deram exclusivamente por dever de ofício”.
-
30. Pedro Corrêa (PP)
zoom_out_map
30/35 (Lindomar Cruz/ABr)
O ex-deputado federal e ex-presidente do PP Pedro Corrêa também aparece nas investigações da Operação Lava Jato. De acordo com depoimento de Ediel Viana, apontado como laranja do doleiro Carlos Habib Chater, o ex-deputado foi "algumas vezes" ao escritório do Posto da Torre, em Brasília, onde funcionava parte do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Pedro Corrêa foi um dos condenados no processo do mensalão.
-
31. Aline Lemos de Oliveira (PP)
zoom_out_map
31/35 (Reprodução/alinecorrea.com.br)
Também do PP, a deputada Aline Lemos de Oliveira foi outra que teve seu nome citado pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Aline não se pronunciou sobre o assunto.
-
32. André Vargas (sem partido)
zoom_out_map
32/35 (Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados)
A apuração da PF trouxe à tona indícios de ligação entre Alberto Youssef e o deputado federal pelo Paraná André Vargas, na época filiado ao PT.
Em janeiro, o parlamentar viajou para João Pessoa (PB) em um jatinho emprestado pelo doleiro. Vargas afirmou ter pago pelo combustível. Pressionado, o deputado renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara e se desfiliou do PT. No dia 10 de dezembro, a Câmara dos Deputados
aprovou a cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro. Com a cassação, Vargas fica inelegível por oito anos.
-
33. Luiz Argôlo (SDD-BA)
zoom_out_map
33/35 (Lúcio Bernardo Jr./Agência Câmara)
As investigações da PF indicam que o deputado federal pela Bahia Luiz Argôlo (SDD) também tinha relação com Alberto Youssef. De acordo com a polícia, o doleiro teria bancado a compra de bezerros para o político. Em outubro, o Conselho de Ética da Câmara aprovou parecer que pede a cassação do mandato de Argôlo. O relatório não foi votado pelo plenário da Casa, e, como Argôlo não conseguiu se eleger novamente, ficou livre da cassação.
-
34. Fernando Collor (PTB-AL)
zoom_out_map
34/35 (Wikimedia Commons)
Em julho, a Justiça do Paraná encaminhou ao STF (Supremo Tribunal Federal) o que podem ser indícios de uma suposta relação entre o doleiro Alberto Youssef e o senador Fernando Collor (PTB-AL). A Operação Lava Jato encontrou comprovantes bancários no escritório de Youssef que beneficiariam o senador. Na época, o juiz Sérgio Moro ressaltou que é "prematura" a conclusão de que os depósitos teriam natureza criminosa. Como Collor tem foro privilegiado, o caso só pode ser analisado pelo STF. Collor negou conhecer o doleiro. O Ministério Público Fderal deve denunciar o senador em fevereiro, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.
-
35. Veja uma seleção de matérias sobre a Lava Jato
zoom_out_map
35/35 (Germano Lüders/EXAME)