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Lixo se acumula no Rio no 1º dia de greve dos garis

Após os garis do Rio de Janeiro iniciarem à 0h desta sexta uma greve por tempo indeterminado, o lixo se acumulou em vários trechos da cidade

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2015 às 21h10.

Rio de Janeiro - Os garis do Rio de Janeiro iniciaram à 0h desta sexta-feira uma greve por tempo indeterminado e decidiram manter a paralisação mesmo depois que a Justiça do Trabalho decretou a ilegalidade do movimento.

O lixo se acumulou em vários trechos da cidade, como a Avenida Presidente Vargas, no centro.

Caminhões de lixo circularam escoltados por guardas municipais, policiais militares e vigias particulares para evitar que grevistas impedissem o trabalho dos que não aderiram ao movimento.

A próxima assembleia está marcada para quarta-feira, mas na segunda-feira deve haver nova reunião no Tribunal Regional do Trabalho.

A categoria quer reajuste salarial de 40% e decidiu pela paralisação na quinta-feira, depois que a Comlurb (empresa municipal de limpeza urbana) ofereceu em contraproposta um aumento de 3%. Nesta sexta a empresa aumentou a oferta para 7%.

A adesão ao movimento chegou a 70%, segundo o sindicato da categoria. A Comlurb não divulgou estimativa.

Na manhã desta sexta, a Justiça do Trabalho declarou a greve ilegal e ordenou o retorno ao trabalho, sob pena de multa diária de R$ 100 mil ao sindicato, mas os profissionais não interromperam o movimento. Houve audiência de conciliação à tarde no TRT.

As duas horas e meia de discussão não renderam acordo e, por volta das 18h, a categoria fez nova assembleia e decidiu manter a greve.

A juíza Ana Maria Soares de Moraes determinou que 75% dos garis voltem ao trabalho a partir da 0h deste sábado, sob a mesma pena diária de R$ 100 mil ao sindicato.

A Comlurb informa ter plano de contingência para "manter a coleta e minimizar impactos à população", caso a paralisação continue. A companhia tem 22 mil funcionários, entre garis e pessoal administrativo. A greve foi decidida na quinta em assembleia que reuniu 1.200 trabalhadores. "A proposta da empresa é uma afronta, parece gozação", disse o vice-presidente do sindicato, Antônio Carlos da Silva.

O prefeito Eduardo Paes (PMDB) afirmou que, se pudesse, "pagaria mais salário aos garis do que aos secretários", mas que o momento é de crise no País e que a prioridade é manter os empregos.

"Se você chegar no Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, situado em Itaboraí, que fechou mais de 20 mil postos de trabalho nos últimos meses em função da crise na Petrobras) falando que precisa de vagas emergenciais, 18 mil pessoas viriam para cá", afirmou. "A gente paga o maior valor (de salários a garis) das capitais nacionais. Mas não dá para dar 40% de reajuste todo ano", afirmou Paes, referindo-se ao aumento de até 44% concedido à categoria em 2014.

O vice-presidente do sindicato afirma que esse reajuste foi concedido no ano passado a quem recebia o piso da categoria, mas quem recebia mais teve aumento diferente.

"Teve gente que recebeu só 5,5% de reajuste no ano passado. É claro que essas pessoas estão insatisfeitas e têm razão", afirma.

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