Jet ski: a Capitania dos Portos intensificou a fiscalização e vai aplicar a nova lei seca (Scott Barbour/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2012 às 10h08.
São Sebastião - Condutores de barcos, lanchas, jet skis e botes vão passar pelo teste do bafômetro em blitze da Marinha nas praias do litoral norte paulista durante a temporada de verão. A Capitania dos Portos intensificou a fiscalização e vai aplicar a nova lei seca. A Operação Verão vai até 17 de março em conjunto com o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e prefeituras da região.
Nesta época do ano, o litoral norte deverá receber entre 1,5 milhão a 2 milhões de turistas, quando são registrados acidentes no mar, envolvendo principalmente lanchas e jet skis, muitos deles resultando em mortes, como ocorreu no dia 18 de fevereiro deste ano, em Bertioga, quando a menina Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, foi atropelada por um jet ski conduzido por dois menores.
Durante as abordagens, oficiais da Marinha vão usar o bafômetro para evitar que proprietários ou condutores de embarcações trafeguem alcoolizados.
Segundo o delegado da Capitania dos Portos em São Sebastião, capitão-de-fragata Alexandre Motta de Sousa, também são verificadas documentação, habilitação e condições da embarcação, além de equipamentos de segurança, como coletes e boias salva-vidas, extintores de incêndio, luzes de navegação e lotação.
Na sexta-feira, oficiais abordaram lanchas de recreio e botes que conduzem banana boats nas praias de Caraguatatuba. Dois deles foram notificados, um por não ter proteção na hélice - já que os turistas caem do equipamento propositalmente para oferecer mais diversão - e outro por não apresentar documentação. As abordagens também são feitas por terra.
Em Caraguatatuba, segundo a prefeitura, os pontos de maior concentração de barcos são as praias da Martin de Sá e Tabatinga. Sousa afirmou que enviou sugestões às prefeituras para que criem raias de demarcação, que servem como "corredor" para entrada e saída de barcos nas praias e, assim, disciplinar o trânsito de embarcações.
"As embarcações que não utilizam motor podem navegar a 100 metros da faixa de arrebentação. Já os barcos motorizados devem trafegar a 200 metros da praia. Grande parte das ocorrências registradas na época está relacionada à falta de habilitação. As penalidades vão desde multa à cassação da carteira", explica Sousa.
Ainda segundo o delegado, além da segurança da navegação, a preservação da vida humana no mar e a prevenção da poluição hídrica também serão observados durante a operação.
Reforço
A Marinha do Brasil deverá enviar duas embarcações do Rio de Janeiro para auxiliar na fiscalização de lanchas que ancoram nas ilhas e ilhotas do litoral norte, que recebem grande número de barcos nesta época.
Ao menos 50 oficiais trabalharão diariamente na fiscalização das praias da região. Cerca de 20 inquéritos de acidentes marítimos são abertos pelo órgão anualmente. Ao todo, 22 mil embarcações estão registradas na área de atuação do órgão, que também inclui o Vale do Paraíba.