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Lista do HSBC inclui Jacob Barata, o "Rei dos Ônibus" do Rio

Ao todo, 31 pessoas tiveram seu nome listado


	Passageiros entram em ônibus: junto com seus familiares, Barata teria participação em 16 empresas de ônibus municipal no Rio
 (Tânia Rêgo/ABr)

Passageiros entram em ônibus: junto com seus familiares, Barata teria participação em 16 empresas de ônibus municipal no Rio (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 10h27.

Rio de Janeiro - Sócios, diretores e parentes de donos de empresas de ônibus municipais do Rio de Janeiro mantinham contas milionárias no banco HSBC da Suíça entre 2006 e 2007, segundo informações obtidas por meio do vazamento de dados bancários da instituição financeira e divulgadas hoje pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL.

Ao todo, 31 pessoas tiveram seu nome listado, entre elas Jacob Barata, de 83 anos, conhecido como "Rei dos Ônibus".

Junto com seus familiares, Barata teria participação em 16 empresas de ônibus municipal no Rio. De acordo com o blog, entre 2006 e 2007 os registros do HSBC "private bank" de Genebra, na Suíça, indicavam que Jacob mantinha US$ 17,6 milhões em uma conta conjunta com sua mulher, Glória, e seus filhos Jacob, David e Rosane.

A família Barata abriu sua conta secreta na Suíça em 6 de maio de 1990, segundo registros do HSBC divulgados pelo jornalista. Eles estão entre os 106 mil que tiveram seus sigilos revelados, graças à ação de um ex-funcionário do HSBC, Hervé Falcianie.

A partir de 2004, de acordo com a reportagem, os valores passaram a ser movimentados pela empresa Bacchus Assets Limited, uma offshore acrescentada à conta com autorização para realizar depósitos e retiradas.

A empresa tem sede no paraíso fiscal de Tortola, nas Ilhas Virgens Britânicas, território ultramarino do Reino Unido.

Os dados, porém, não dão pistas de como os recursos desses 31 empresários, parentes e diretores de empresas de ônibus do Rio foram parar no exterior.

A reportagem mostra, contudo, que 23 das 31 pessoas relacionadas tiveram as contas no HSBC de Genebra abertas num intervalo de 34 dias, concentrado em maio e junho de 1990.

O período é cerca de dois meses após o então presidente Fernando Collor de Mello determinar o confisco de contas, poupanças e investimentos dos brasileiros.

A reportagem mostra ainda que, além da família Barata, a lista do HSBC traz nomes como o de Generoso Martins das Neves, administrador da empresa Braso Lisboa. Em 2006 e 2007, ele mantinha US$ 3,3 milhões em uma conta conjunta com parentes, aberta de 3 de agosto de 1989.

Ernesto e Elza Ribeiro Martins, sócios da empresa Rodoviária A. Matias, também eram clientes do HSBC na Suíça, segundo a reportagem. Ele atua como diretor da Auto Viação Tijuca. Na época do extrato, ambos compartilhavam US$ 5,4 milhões.

Outros sócios da Rodoviária A. Matias também mantinham dinheiro na Suíça. Leonel Neves Barbosa, Amelia Raquel Neves de Noronha Barbosa e Claudia Neves Barbosa tinham, em 2006 e 2007, US$ 4,8 milhões, divulgou o blog do jornalista.

Segundo a reportagem, a família Barata nega a existência das referidas contas, mas os demais sócios e diretores não responderam.

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