Brasil

Lira cobra reformulação do Bolsa Família: 'Não podemos começar em outubro'

Presidente da Câmara quer iniciar discussões antes do recesso. Ele ainda diz esperar receber o projeto de reformulação do Imposto de Renda nesta quinta-feira

Arthur Lira: Segundo o presidente da Câmara, a proposta de reforma tributária é "neutra, justa e moderna" (Pablo Valadares/Agência Câmara)

Arthur Lira: Segundo o presidente da Câmara, a proposta de reforma tributária é "neutra, justa e moderna" (Pablo Valadares/Agência Câmara)

AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de junho de 2021 às 13h01.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que tem conversado com o Executivo sobre a reformulação do programa Bolsa Família, e espera que o governo envie “rapidamente” as alternativas para que a Casa possa iniciar as discussões ainda no primeiro semestre.

Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME.

— Nós não podemos esperar para começar a discutir isso em outubro. Nós temos prazos, nós temos limitações legais. Eu penso também, que muito rapidamente o governo deve estar mandando as alternativas para que a Câmara, se possível ainda nesse primeiro semestre, faça as primeiras votações – afirmou Lira durante webinar organizado pelo site Jota.

Para ele, o grande entrave para o avanço do redesenho do programa são as fontes que vão suportar a ampliação do programa – tanto para atender a mais famílias quanto para pagar um benefício médio superior o atual.

— As contas quem as têm são eles (fazendo referência aos ministérios da Cidadania, Economia e Casa Civil): o aumento do valor, a requalificação, as alterações, a maior interação para um programa muito mais inclusivo, que, por exemplo, permita ao usuário o acesso ao emprego de maneira menos desobrigada – declarou, frisando que o parlamento vai debater muito sobre o reingresso automático ao programa em caso de perda do emprego formal.

E acrescentou:

— Nós esperamos essa régua econômica, o formato, as limitações, porque nós vamos precisar de fontes para estabelecermos a regra do novo programa.

Novo imposto de renda

O deputado também afirmou que espera receber nesta quinta-feira o projeto de lei que vai alterar as regras para o imposto de renda.

— Sobre a reforma tributária, nós esperamos para hoje (dia 24 de junho) o envio de um PL (projeto de lei) que vai tratar de Imposto de Renda Pessoa Física, Imposto de Renda Pessoa Jurídica e taxação de dividendos – afirmou.

O governo avalia ampliar a faixa de isenção do IR para pessoas físicas, que atualmente é de R$ 1,9 mil para até R$ 2,5 mil mensais, o que dobraria a quantidade de trabalhadores isentos. Para a pessoa jurídica, a ideia é reduzir em 5 pontos percentuais a carga, com a queda de 2,5 pontos por ano. Já os dividendos seriam tributados para compensar a isenção dos mais frágeis.

Por isso, Lira defende que as tramitações das propostas de reformulação do IR e da contribuição sobre bens e serviços (CBS), unificação dos tributos federais PIS e Cofins, tramitem em paralelo, porque são complementares e precisam estar equilibrados.

— A CBS vai causar mais discussão, porque ela impacta na vida de alguns setores de maneira mais efetiva, principalmente em setores que são baseados única e exclusivamente em folha de pagamento, em contratação de serviço, de pessoal – ponderou, acrescentando que a discussão do IR tende a ser menos polêmica.

Esses são os dois projetos da reforma tributária faseada que estão sob responsabilidade da Câmara. Os relatores das propostas devem ser anunciados ainda nesta semana.

Acompanhe tudo sobre:Arthur LiraBolsa famíliaCâmara dos DeputadosGoverno Bolsonaro

Mais de Brasil

Moraes deve encaminhar esta semana o relatório sobre tentativa de golpe à PGR

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo