Senador Randolfe Rodrigues: "golpe é impedir o povo brasileiro de resolver esse impasse político através da vontade soberana que é a urna eleitoral" (Geraldo Magela/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2016 às 20h23.
Brasília, 05 - "Marina Silva é a pessoa que menos gostaria de estar aqui nessa situação", declarou a ex-senadora Heloisa Helena, no evento da Rede Sustentabilidade desta terça-feira, 5.
Segundo ela, em 2014, quando Marina foi candidata à presidência da República, a líder da Rede foi alvo de uma campanha "caluniosa, machista e racista" por parte dos seus adversários.
Hoje, o partido lançou uma campanha, junto com o PPL e PSB, para reforçar o processo que pede a cassação do mandato da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer.
Segundo membros do partido, eles presenciaram a "fraude" das eleições de 2014 e querem contribuir com o processo que tramita no TSE.
"A única coisa que nós estamos pedindo é que devolvam ao povo a possibilidade de escolher o seu destino, nós não queremos o golpismo dos que se acham donos da nação brasileira, nem o fascismo dos que se acham acima do direito", explicou Heloisa.
A ex-senadora, que foi expulsa do PT em 2003 com outros quatro membros do partido por ser considerada muito "radical", disse ainda que não tem dúvidas de que a presidente Dilma "cometeu crime de responsabilidade e rasgou a constituição".
"Só o impeachment não basta, porque este Congresso não tem autoridade moral para votar esse processo, nem para assumir cargos. O problema é a linha sucessória, é o quadrilátero da lama", declarou. Ela terminou o seu discurso clamando por eleições diretas.
O deputado Randolfe Rodrigues (Rede-AP) reforçou a fala de Heloisa dizendo que "nunca antes a linha sucessória de poder no País esteve tão contaminada", criticando Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
"Golpe é impedir o povo brasileiro de resolver esse impasse político através da vontade soberana que é a urna eleitoral", afirmou Rodrigues, sobre as acusações de que o processo de impeachment seria um ato contra a constituição.
Junto com o líder do PPS, senador Cristovam Buarque, o deputado adiantou que os partidos organizarão novas manifestações nas ruas pedindo eleições diretas e para "limpar o Congresso Nacional". Rodrigues concluiu sua fala dizendo que "o melhor detergente para limpar a sujeira política é a vontade do povo". Já Buarque disse que "Dilma cometeu o crime de responsabilidade duas vezes quando escolheu Temer como vice-presidente". Para o senador, só uma nova eleição permitirá soluções de um novo modelo econômico e social no Brasil.