Repórter de macroeconomia
Publicado em 26 de junho de 2024 às 13h50.
Última atualização em 26 de junho de 2024 às 14h19.
A concessionária Linha Uni e a fabricante de trens Alstom divulgaram, nesta quarta, 26, o design previsto para os trens da Linha 6-Laranja do metrô de São Paulo, que está em construção.
A Linha 6-Laranja vai conectar Brasilândia a São Joaquim e deve ter o primeiro trecho inaugurado, entre Brasilândia e Perdizes, no segundo semestre de 2026, segundo previsão da concessionária.
Assim como na Linha 4-Amarela, os trens vão operar sem maquinista, com controle de forma remota, pelo sistema CBTC. As composições poderão rodar a até 90 km/h, com intervalo previsto de 2 minutos no horário de pico. Esse intervalo entre trens poderá ser de até 1 minuto e 15 segundos.
Os trens terão a cor laranja em destaque, portas e janelas grandes e menos bancos, para levar mais pessoas em pé, uma tendência dos trens paulistanos dos últimos anos. Cada composição poderá transportar até 2.044 pessoas.
Os modelos terão sistemas para contar passageiros, câmeras de segurança, sensores de incêndio e de descarrilamento. A parte externa será de aço inoxidável, material mais leve que o aço carbono. A expecativa é que eles durem mais de 40 anos em operação.
Ao todo, 22 trens para o novo ramal serão fabricados pela Alstom em Taubaté, no interior de São Paulo.
Em maio, a EXAME visitou as obras da Linha 6 na estação Santa Marina, a mais adiantada. Lá, já foram feitas as bases das plataformas, as lajes dos mezaninos e parte da cobertura externa.
A Linha 6 teve a construção iniciada em 2015 por outro consórcio, que incluia Odebrecht e Queiroz Galvão, abaladas pela Lava-Jato. O grupo suspendeu os trabalhos em 2016 e, após alguns anos de embate com o governo estadual, deixou o projeto.
A Acciona, parte do Consórcio Linha Uni, assumiu as obras em 2020, sob as mesmas condições anteriores. "O percentual de execução da obra ainda estava baixo, com apenas alguns canteiros mobilizados, então foi mais um 'green field' do que um 'brown field'", comenta Angelo.
Além de construir a linha, a Acciona vai operar o serviço por 19 anos. A Linha 6 foi construída no modelo de PPP, em que o estado e a empresa dividem os investimentos, previstos em R$ 15 bilhões no total. A expectativa é que o ramal todo, de 15,3 km e 15 estações, seja percorrido em 23 minutos e atenda a 630 mil pessoas por dia.