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Aécio é lançado por PSDB à Presidência, mas diz que "é cedo"

FHC afirmou que o senador também deveria ocupar o cargo de presidente do partido


	O governador de Minas Gerais, Aécio Neves afirmou acreditar que o momento ainda não é apropriado para o lançamento da candidatura
 (Veja)

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves afirmou acreditar que o momento ainda não é apropriado para o lançamento da candidatura (Veja)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 17h03.

Brasília - Lideranças do PSDB, entre elas o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, lançaram nesta segunda-feira em Brasília como candidato à Presidência da República em 2014 o senador Aécio Neves (MG), que afirmou ser "cedo" e que "cumprirá seu papel, (mas) sem açodamento".

O evento ocorreu em um hotel de Brasília e reuniu 700 prefeitos eleitos do partido e as principais lideranças da sigla, à exceção de José Serra, derrotado à prefeitura de São Paulo em outubro.

Fernando Henrique, que já vinha afirmando ser a vez de Aécio representar o partido na candidatura à Presidência, também apoiou o senador para o posto de presidente do partido.

"Eu acho que Aécio é um nome e que desde já tem que começar a assumir posições, não como candidato, mas como líder político. Ele faz isso, mas tem de fazer com mais intensidade. Se possível, com uma plataforma mais forte que o partido ofereça a ele", afirmou Fernando Henrique.

"Ele não precisa de nada, de convenção, de nada. Ele será ungido como candidato", acrescentou.


O atual presidente do partido, o deputado Sérgio Guerra (PE), apoiou o lançamento do nome de Aécio. "Aécio é seguramente o candidato da grande maioria do PSDB. A minha opinião pessoal e de 99 por cento do partido é que Aécio é o verdadeiro candidato do partido. E deve ser presidente do partido, assumir o papel que o Brasil já lhe dá".

Tanto ao falar com jornalistas quanto em seu discurso, Aécio defendeu que o partido escolha o candidato à Presidência só em 2014.

"Temos antes que apresentar ao Brasil a nova agenda dos próximos anos, que fale da gestão, da refundação da federação. Temos grande agenda para ser construída. Acredito que o momento do lançamento tem que ser de forma natural. Não é esse o momento ainda", disse Aécio.

O senador mineiro chegou a ser cauteloso em excesso. Ao ser perguntado por jornalistas se já se via como líder do partido, respondeu que não conhece "na história de nenhum país civilizado pessoa que se autoproclame líder". Imediatamente, Fernando Henrique afirmou: "Eu estou te proclamando." Aécio, que na eleição municipal deste ano viajou por vários Estados fazendo campanha para candidatos tucanos e de partidos aliados, defendeu a necessidade de o PSDB enfatizar seu discurso contrário ao governo federal e se consolidar como principal força da oposição.

"Vamos construir um projeto alternativo e levá-lo à população", disse.


HERANÇA MALDITA

No discurso, o ex-presidente Fernando Henrique (1995-2002) voltou a criticar o que vem chamando de "herança maldita" recebida por Dilma Rousseff de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

A fala ocorreu ao responder à afirmação do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) de que desde o início da gestão petista no governo federal, "a corrupção não está mais debaixo do tapete". Lula foi antecedido por Fernando Henrique.

"Tenho 81 anos, mas tenho memória... Esse senhor precisa pelo menos respeitar o passado, até o dele, para não continuar dizendo coisas levianas"", disse.

"Estou cansado de ouvir leviandades de quem está no governo. Aproveita posição do governo para jogar pedra no passado. Herança maldita está aí, recebida pela presidente Dilma", disse o ex-presidente.

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