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Líderes de rebelião em Manaus irão para presídios de fora do AM

Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, informou que os líderes serão levados a presídios federais localizados fora do estado do Amazonas

Alexandre de Moraes, ministro da Justiça: "a intenção é fazer essa transferência o mais rápido possível" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Alexandre de Moraes, ministro da Justiça: "a intenção é fazer essa transferência o mais rápido possível" (Rovena Rosa/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 08h13.

Última atualização em 3 de janeiro de 2017 às 08h14.

Os líderes da rebelião em um presídio de Manaus que deixou 56 mortos serão transferidos para presídios federais fora do Estado do Amazonas, anunciou na noite de segunda-feira o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, após reunião com o governo amazonense.

"A intenção é fazer essa transferência o mais rápido possível", disse o ministro a jornalistas em Manaus, segundo nota no site do Ministério da Justiça.

O governo federal também vai disponibilizar ajuda ao Instituto Médico Legal do Amazonas para a identificação das vítimas da rebelião, iniciada na noite de domingo em decorrência de uma briga entre facções e encerrada na manhã de segunda.

Além dos 56 mortos no motim dentro do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), mais quatro presos foram mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus, de acordo com o Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública do Amazonas.

A rebelião no Compaj foi a mais violenta no país desde a rebelião no Carandiru, em São Paulo, em 1992, que terminou com 111 presos mortos, quase todos em decorrência de uma invasão da polícia para retomar o local.

De acordo com o secretário de Administração Penitenciária do Amazonas, Pedro Florêncio, o complexo penitenciário tinha cerca de 2.230 detentos, apesar de ter capacidade para apenas 590, segundo dados da Secretaria de Segurança.

O Comitê de Gerenciamento de Crise do Sistema de Segurança Pública disse que 112 presos fugiram do Compaj com o motim, além de 72 do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). Até o fim da tarde de segunda-feira, 40 tinham sido recapturados.

Diversas rebeliões têm sido registradas em cadeias do país nos últimos anos, em meio a denúncias de entidades de direitos humanos sobre a superlotação e falta de funcionários suficientes nos presídios.

A ONG de direitos humanos Human Rights Watch pediu que autoridades brasileiras conduzam uma reforma no sistema prisional, considerado pela entidade como "um desastre de direitos humanos".

Na semana passada, o governo federal anunciou o repasse aos Estados de 1,2 bilhão de reais, a maior parte destinada à construção de penitenciárias e melhoria da infraestrutura e serviços do sistema.

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