Greve geral: dia é marcado por protestos e paralisação de transportes (Sergio Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de junho de 2019 às 13h04.
Última atualização em 14 de junho de 2019 às 13h05.
São Paulo - O presidente da Força Sindical, Miguel Torres e o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, disseram que a greve geral contra a reforma da Previdência é um sucesso. "Não é uma greve de motoristas de ônibus, é de todos os trabalhadores e desempregados. Se o governo não desistir dessa proposta injusta da Previdência, vamos fazer uma greve ainda maior", afirmou Freitas. "Para os trabalhadores, só a luta faz a lei."
Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, o movimento desta sexta-feira, 14, demonstra a unidade das centrais sindicais em um momento em que há milhões de desempregados e desalentados no País.
"É um governo que ataca direitos dos trabalhadores. Queríamos colocar as demandas nacionais, de busca de geração de emprego e crescimento econômico", comentou Patah.
Mesmo com a convocação de centrais sindicais para greve geral em todo o país, os ônibus operam praticamente na totalidade na capital paulista. A SPTrans informou que 97% da frota de ônibus circula normalmente na manhã desta sexta-feira. Ao total, são 3.570 veículos em operação.
Com relação ao metrô paulistano, há dificuldades, por exemplo, na estação Portuguesa-Tietê, que continua fechada e sem previsão de horário para voltar a funcionar.
Muitas pessoas que chegam de viagem ao terminal foram pegas desprevenidas. É o caso do administrador de empresas João Victor, de 30 anos. "Eu vim de Campinas, ia pegar o metrô para trabalhar. Fui pego de surpresa, raramente eles fecham aqui." Com destino ao bairro do Tatuapé, ele disse que iria chamar um carro de aplicativo para chegar a tempo.
Na Região Metropolitana de São Paulo, uma manifestação da Frente Povo Sem Medo foi encerrada no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Os manifestantes estão em um gramado nas imediações do Terminal 1 esperando os ônibus do MTST buscá-los. Eles tentaram continuar o protesto no sentido contrário, mas não foram autorizados pela Polícia Rodoviária Federal.
No Rio Grande do Sul, um grupo foi preso em flagrante pela Brigada Militar por atear fogo nos trilhos da Trensurb em Sapucaia do Sul na madrugada desta sexta-feira, durante a greve. A assessoria de imprensa confirmou à reportagem que todos são servidores da Trensurb e que "no momento, a empresa está avaliando as medidas cabíveis em relação a esses empregados".
No Rio de Janeiro, uma manifestação contra a reforma da Previdência interditou na manhã desta sexta a rodovia BR-101, na altura do km 76, em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense. O protesto teve início às 5 horas, segundo a Polícia Rodoviária Federal.
Cerca de 25 manifestantes atearam fogo em objetos na rodovia. O tráfego de veículos foi totalmente interrompido em ambos os sentidos.
Os policiais liberaram a pista ao trânsito pouco antes das 8 horas, mas houve congestionamento na via, que se estendeu por cerca de 6 km nos dois sentidos da rodovia.