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Líderes da base aliada de Temer duvidam da reforma em 2018

Avaliação é de que a proximidade com as eleições de outubro do próximo ano aumenta a resistência dos parlamentares

Deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo no Congresso: "deveria votar agora. É difícil votar perto da eleição" (Diogo Xavier/Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

Deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo no Congresso: "deveria votar agora. É difícil votar perto da eleição" (Diogo Xavier/Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 07h52.

Brasília - Contrariando o discurso otimista do governo, lideranças de partidos da base aliada avaliam que o adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro de 2018 reduz as chances de aprovação da proposta.

A avaliação é de que a proximidade com as eleições de outubro do próximo ano aumenta a resistência dos parlamentares, que temem desgaste eleitoral.

Governistas acreditam que somente a propaganda a favor da reforma tem o poder de mudar esse cenário, desde que atinja o efeito esperado pelo governo de diminuir a rejeição entre a população e, consequentemente, dos deputados à proposta.

Nesse cenário, veem ainda como determinante uma sinalização mais forte do Senado de que votará a reforma e que o texto aprovado pelos deputados não será alterado, para não ter de retornar à Câmara.

O Placar da Previdência, elaborado pelo Estado, aponta que 247 deputados são contrários ao texto da reforma, mesmo depois das modificações feitas pelo governo.

São necessários 308 votos para aprovar a proposta em dois turnos na Câmara, mas apenas 73 deputados se dizem a favor. Outros 193 se declararam indecisos ou não quiseram abrir o voto.

"Esqueça Previdência para o próximo ano. Se não consegue esse ano, imagina no próximo, que é ano eleitoral", disse o 1.º vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG).

A opinião é compartilhada pelo líder do PR na Casa, deputado José Rocha (BA), que comanda o quarto maior partido da base, com 37 deputados.

Para Paulo Abi-Ackel (MG), vice-líder do PSDB na Câmara, o "ideal" teria sido votar neste ano, para aproveitar o "clima" favorável. "Agora só haverá um clima igual a esse no pós-eleição."

A dificuldade é admitida até pelo líder do governo no Congresso Nacional, deputado André Moura (PSC-SE). "Deveria votar agora. É difícil votar perto da eleição", afirmou.

Tempo a favor

Os parlamentares ponderam, contudo, que o tempo pode correr a favor da matéria. "A eleição pode prejudicar de um lado, mas, do outro, a opinião pública vai ter mais tempo para conseguir compreender o relatório", disse Moura.

"A propaganda do governo está surtindo efeito e pode ajudar a convencer a população sobre a necessidade da reforma. Isso ajuda o deputado a mudar o voto", avaliou Danilo Forte (DEM-CE).

Para o líder do Solidariedade, deputado Áureo (RJ), se houver "sintonia" entre Senado e Câmara, evitando o desgaste de uma reavaliação do texto pelos deputados, o governo tem mais chances de vitória. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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