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Líder tucano não vê problema em CPI investigar governo FHC

O líder do PSDB na Câmara disse não ver problema no pedido do PT para que a CPI da Petrobras investigue irregularidades na estatal também durante o governo FHC


	Deputado Carlos Sampaio: "não vejo nenhum problema, desde que haja conexão entre os fatos"
 (Renato Araújo/ABr)

Deputado Carlos Sampaio: "não vejo nenhum problema, desde que haja conexão entre os fatos" (Renato Araújo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 22h51.

Brasília - O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse não ver problema no pedido do PT para que a CPI da Petrobras investigue irregularidades na estatal também durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

"Não vejo nenhum problema, desde que haja conexão entre os fatos", disse Sampaio. No entanto, o líder condicionou a ampliação da investigação ao depoimento do ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, que acusou o PT de receber entre US$ 150 e US$ 200 milhões em propina oriunda de contratos da empresa. Barusco deve ser convocado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito, que deve ser instalada na próxima quinta-feira, 26.

"Se o Pedro Barusco disser que há uma conexão com a época do governo do PSDB, temos que retroagir por uma questão muito simples: corrupção não tem coloração partidária", afirmou o líder.

A CPI foi criada para investigar denúncias de corrupção na estatal no período entre 2005 e 2015. A oposição alega que foi naquele ano que começou a negociação para a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, embrião da crise da estatal. O PT precisará aprovar no plenário da CPI a solicitação de ampliação do período a ser investigado.

"Não vamos retroagir porque eles (PT) estão fazendo requerimento. Só vamos retroagir se houver conexão. E, para demonstrar conexão, o Pedro Barusco tem que ser ouvido nesta CPI", disse Sampaio.

Bendine

Apesar de não ver necessidade de convocar o atual presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, para prestar esclarecimentos à CPI da Petrobras, Carlos Sampaio disse não descartar a possibilidade de convocá-lo para falar em outras comissões. O vice-presidente da área internacional do Banco do Brasil, Allan Toledo, disse ao Ministério Público Federal que Bendine deu carona à socialite Val Marchiori e a outras duas pessoas em um jatinho a serviço do banco em uma viagem oficial a Buenos Aires em 20 de abril de 2010.

"É provável que chamemos assim que as comissões forem instaladas", disse o líder tucano, que também cobrou esclarecimentos a respeito de um empréstimo de R$ 2,7 milhões feito à empresa da socialite em 2013, contrariando normas do banco.

"As coisas estão se cercando de forma contrária a tudo o que disse o Bendine até agora. A tendência é que o Ministério Público avance na investigação e daí sim vamos descobrir se houve esse voo e, se aconteceu esse voo, evidentemente se deu de forma irregular, porque ela não faz parte do banco, não tinha porque participar de uma negociação e nem pegar uma carona neste avião", afirmou o deputado.

Para o líder do PSDB, o suposto envolvimento de Bendine em escândalos é prejudicial à estatal. "A indicação dele já foi ruim para Petrobras. Ele não era nenhum dos técnicos reconhecidamente como uma pessoa preparada para comandar a Petrobras. Foi escolhido por falta e opção."

Ajuste fiscal

Carlos Sampaio disse ainda que, "se depender da oposição", o ajuste fiscal proposto pelo governo federal "não será aprovado". "A presidente Dilma não fez a sua lição de casa. Não cortou os gastos, não reduziu ministérios e apresentou um pacote onerando a sociedade brasileira, onerando o contribuinte. Isso não vai ter guarida no Congresso Nacional", afirmou.

Para o líder do PSDB, o esforço de ministros e da própria presidente Dilma Rousseff nesta semana para reorganizar a base de sustentação do governo e garantir a aprovação dos projetos não vai surtir efeito.

"A tendência da base aliada é distanciar-se do governo porque ele está com medidas impopulares, tendo ações que trazem desgaste ao governo. Seria a mesma coisa que dizer que a presidente Dilma está convidando sua base aliada para um abraço de afogados. Ou seja, as pessoas não querem se envolver com um governo que não está dando certo", disse Sampaio.

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