O ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (PSDB): tucano avalia que líder populista pode roubar a cena em 2018 (Andrew Burton/Getty Images)
Gabriela Ruic
Publicado em 15 de novembro de 2017 às 11h30.
Última atualização em 15 de novembro de 2017 às 11h35.
São Paulo – Enquanto o Brasil especula sobre os presidenciáveis que disputarão as eleições que acontecem no país em 2018, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é do PSDB, acredita ser possível que “um líder populista” apareça novamente na corrida.
"Mas o único capaz de entusiasmar dessa forma as pessoas perdeu enorme credibilidade. Temos de rever nossas ideias sobre o que é possível, o que as pessoas querem", continuou em referência ao também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja candidatura ainda é uma incógnita.
As declarações foram dadas por FHC em um evento realizado na prestigiada Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, e divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo. Na sua avaliação, e sem mencionar nomes, os possíveis candidatos para 2018 tem capacidade de tocar as massas e entusiasmá-las, algo que vê como bom, porém perigoso.
Perguntado por um participante do evento sobre o deputado Jair Bolsonaro (PSC), que já se lançou como concorrente, FHC disse que mídia dá mais espaço para os que são bizarros" e que o que o país precisa de alguém que fale com as pessoas, mas que não seja “bizarro”.
O tucano também endereçou a crise política, especialmente a impopularidade dos partidos que hoje dominam a narrativa brasileira. "Os partidos perderam a sua credibilidade. Eu pertenço a um partido e vou tentar fazer que ele avance, mas sei das dificuldades". Ainda sobre sua sigla, o ex-presidente avaliou que está “melhorzinho” na comparação com outros.
O que não faltam são especulações em torno dos candidatos à presidência em 2018, mas, numa primeira pesquisa de opinião sobre os nomes que surgiram como possibilidade na imprensa e público, o Ibope constatou que um segundo turno poderia ser disputado por Lula e Bolsonaro, caso o ex-presidente consiga se candidatar.
O petista surge com 35% das intenções de voto, enquanto o conservador teria 15% do eleitorado a seu favor. Marina Silva (REDE), aparece em terceiro, com entre 8% e 11%.