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Líder indígena diz que vai à Justiça contra Bolsonaro por racismo

Sonia Guajajara respondeu à fala do presidente de que "os índios são cada vez mais um ser humano igual a nós"

Sonia Guajajara: "Bolsonaro mais uma vez rasga a Constituição ao negar nossa existência enquanto seres humanos" (Nunah Alle/PSOL/Divulgação)

Sonia Guajajara: "Bolsonaro mais uma vez rasga a Constituição ao negar nossa existência enquanto seres humanos" (Nunah Alle/PSOL/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 11h02.

Última atualização em 24 de janeiro de 2020 às 11h03.

São Paulo — A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) informou que vai processar o presidente Jair Bolsonaro por crime de racismo devido à afirmação do presidente de que os índios são cada vez mais "um ser humano igual a nós".

Guajajara acrescentou na publicação que a APIB entrará na Justiça contra Bolsonaro por crime de racismo. Procurada nesta sexta-feira, a associação não respondeu de imediato a pedido de informações adicionais sobre o processo.

Em vídeo exibido também na quinta-feira nas redes sociais, Bolsonaro afirmou, ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que o governo quer integrar os indígenas à sociedade.

"O índio mudou, está evoluindo, cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós. Então fazer com que o índio cada vez mais se integre à sociedade e seja realmente dono da sua terra indígena, é isso que nós queremos", afirmou.

 

Desde o início do governo, Bolsonaro vem defendendo que as reservas indígenas sejam abertas à agropecuária e à mineração, como forma de incentivar o desenvolvimento econômico da Amazônia.

No entanto, indígenas e ambientalistas temem que os planos do governo irão acelerar a destruição da floresta tropical. Na semana passada, um manifesto assinado por povos indígenas ao fim de quatro dias de reuniões na reserva do Xingu disse que Bolsonaro ameaça a sobrevivência dos índios por meio de "genocídio, etnocídio e ecocídio".

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