Brasil

Líder elogia decisão do STF que tornou Bolsonaro réu

A nova líder da Minoria na Câmara elogiou a decisão de tornar réu o deputado Jair Bolsonaro por injúria e incitação pública ao estupro


	Líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali: Jandira lembrou que no episódio, a bancada feminina na Câmara reagiu com veemência contra a manifestação do deputado em plenário
 (Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados)

Líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali: Jandira lembrou que no episódio, a bancada feminina na Câmara reagiu com veemência contra a manifestação do deputado em plenário (Gustavo Lima/ Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2016 às 21h54.

Brasília - A nova líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), elogiou nesta terça-feira, 21, a decisão da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar réu o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).

O parlamentar é acusado de injúria e incitação pública ao estupro quando, em 2014, afirmou na tribuna da Câmara que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) "porque ela não merece".

Jandira lembrou que no episódio, a bancada feminina na Câmara reagiu com veemência contra a manifestação do deputado em plenário.

"Neste momento de complexidade da cultura brasileira, neste ambiente em que o fascismo toma um certo corpo, no momento em que nós lutamos contra a cultura do estupro, é muito importante a decisão do Supremo e espero que ela ajude nas consciências e na sociedade brasileira a entender que nenhuma mulher merece ser estuprada, nem por um, nem por muitos", declarou.

A deputada substitui o petista José Guimarães (PT-CE) na liderança dos partidos que fazem oposição ao governo interino de Michel Temer. Se condenado, Bolsonaro poderá ser preso por até seis meses, além de pagar multa. Na sessão do STF, o relator do caso, ministro Luiz Fux, afirmou que as declarações do deputado são "reprováveis" e "geram indignação". Ele considerou que Bolsonaro não pode ser protegido pela prerrogativa de imunidade parlamentar, já que o que o parlamentar disse não tem nenhuma relação com a atividade que exerce na Câmara.

"A frase do parlamentar tem potencial para estimular a perspectiva da superioridade masculina em relação às mulheres, além de prejudicar a compreensão contra as consequências dessa postura. O resultado de incitação foi alcançado porque várias manifestações públicas reiteraram essa manifestação (de Bolsonaro)", defendeu Fux.

O mesmo episódio rendeu processo disciplinar em dezembro de 2014 contra Bolsonaro no Conselho de Ética da Casa, mas a representação foi arquivada porque o mandato parlamentar em questão havia se encerrado.

Agora, o deputado terá nos próximos dias a instauração de nova representação no colegiado por apologia à tortura ao homenagear o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (morto em 2015) durante a sessão sobre a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), hoje afastada.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosJair BolsonaroPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho

Reforma Tributária: pedido de benefícios é normal, mas PEC vetou novos setores, diz Eurico Santi