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Líder do PSL na Câmara acusa Bolsonaro de tentar substituí-lo por Eduardo

Delegado Waldir disse que presidente tem falado com integrantes da bancada na intenção de convencê-los a retirá-lo e colocar Eduardo Bolsonaro na liderança

Delegado Waldir: "Eu não sou empregado do presidente da República", disse o deputado (Antonio Augusto / Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

Delegado Waldir: "Eu não sou empregado do presidente da República", disse o deputado (Antonio Augusto / Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

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Reuters

Publicado em 16 de outubro de 2019 às 20h54.

Última atualização em 16 de outubro de 2019 às 20h56.

Brasília — O líder do PSL na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir (GO), acusou nesta quarta-feira (16) o presidente Jair Bolsonaro de agir pessoalmente para destituí-lo do posto e colocar no lugar o filho, deputado Eduardo Bolsonaro (SP), em mais um episódio da crise que consome o partido.

Waldir afirmou que o presidente chamou parlamentares ao Palácio do Planalto e tem ligado para integrantes da bancada na intenção de convencê-los a retirá-lo da liderança. Afirma, também, haver um áudio em que o presidente descreve as vantagens de ter Eduardo no cargo, como o "controle de cargos" e do fundo partidário.

"O presidente da República está ligando para cada parlamentar e cobrando o voto no filho do presidente", disse Waldir a jornalistas.

"Ele age pessoalmente ao chamar vários parlamentares e ligar pessoalmente para vários deputados com essa pressão psicológica dessa questão de cargos e outras situações." O clima na bancada, garante o deputado, é de extrema divisão, como "água e óleo". Calcula, no entanto, um grande número de parlamentares que se consideram independentes.

"Tem um grande grupo da bancada que é extremamente independente, transparente, e que defende o combate à corrupção, defende (o ministro da Justiça Sergio) Moro. Então nós somos legalistas pragmáticos, nós não somos cegos aos problemas que o governo enfrenta em algumas áreas."

Waldir credita a movimentação do Planalto à sua posição "extremamente independente".

"Eu não me ajoelho ao Planalto, eu não sou empregado do presidente da República, eu não sou empregado do Executivo, não sou empregado do governo, eu sou um parlamentar, que fui trazido aqui pelos votos", apontou.

O líder garantiu, no entanto, que a bancada do PSL continuará votando a favor das propostas de interesse do governo no Legislativo. Disse ainda que o presidente da legenda, o deputado Luciano Bivar (PE), chegaria em Brasília nesta quarta para conversar ainda nesta noite com correligionários. Segundo ele, será um encontro informal.

Waldir não descartou uma reunião da Executiva do partido nos próximos dias, mas disse que a decisão sobre o tema dependerá das conversas na noite desta quarta.

Em briefing regular à imprensa nesta quarta, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que Bolsonaro não se pronunciaria sobre a crise com o PSL.

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