Brasil

Líder do PSD na Câmara trocará membro titular do partido na CCJ

O deputado Delegado Éder Mauro (PA) pediu para deixar o colegiado; no lugar dele, o líder Marcos Montes deve indicar a deputada Raquel Muniz (MG)

Marcos Montes: "O Delegado Éder Mauro me pediu semana passada para sair" (Site/Deputado Marcos Montes/Divulgação)

Marcos Montes: "O Delegado Éder Mauro me pediu semana passada para sair" (Site/Deputado Marcos Montes/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de outubro de 2017 às 17h08.

Brasília - Dono da quinta maior bancada na Câmara, com 39 parlamentares, o PSD vai trocar um de seus quatro membros titulares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

De acordo com o líder do partido, Marcos Montes (MG), o deputado Delegado Éder Mauro (PA) pediu para deixar o colegiado. No lugar dele, Montes deve indicar a deputada Raquel Muniz (MG).

"O Delegado Éder Mauro me pediu semana passada para sair. Ele, inclusive, comunicou ao presidente Michel Temer que iria votar contra ele nessa segunda denúncia e, por isso, iria sair da CCJ", afirmou Montes à reportagem.

Na primeira denúncia contra Temer, Mauro e os outros três integrantes titulares do PSD na CCJ votaram pela rejeição da peça acusatória. À reportagem, Mauro disse que já definiu seu voto, mas disse que não o revelou para ninguém.

O líder do PSD afirmou que deve oficializar a troca até a manhã desta terça-feira, 17. Segundo Montes, Raquel Muniz é a primeira na lista para ser indicada para o lugar de Éder Mauro.

A mineira votou a favor do presidente da República na primeira denúncia. Ela é a mesma que teve o marido, o ex-prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, preso um dia após homenageá-lo durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Viagem

Além da saída de Éder Mauro, a bancada do PSD na CCJ deve ter outra movimentação para a votação da segunda denúncia. Voto declarado a favor da aceitação da peça acusatória, o deputado Expedito Netto (PSD-RO) não participará da votação da denúncia na CCJ.

Ele estará em missão oficial no exterior. No lugar dele, votará um dos cinco suplentes do partido, provavelmente um contrário à denúncia, segundo Montes.

Como mostrou na semana passada o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, Netto disse que viajará para Singapura e Dubai em missão oficial pela comissão que trata de projeto sobre a regulamentação de moedas virtuais, do qual é relator na Casa.

Ele disse que viajaria na última sexta-feira, 13, e só retornará no sábado, 21. É justamente nesse período que o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) sobre a segunda denúncia contra Temer deve ser votado na CCJ.

A missão oficial evitou que o líder do PSD, Marcos Montes (MG), tivesse de substituir Netto novamente na CCJ. Na primeira denúncia o deputado de Rondônia foi substituído na CCJ por Evandro Roman (PSD-PR), que votou pela rejeição da peça acusatória.

Os outros quatro integrantes do PSD titulares na comissão na época votaram a favor de Temer: Delegado Éder Mauro, Domingos Neto (CE), Rogério Rosso (DF) e Thiago Peixoto (GO).

PR

Integrante do chamado Centrão como o PSD, o PR também trocou seus membros na CCJ. Na última quarta-feira, 11, o partido trocou o deputado Giovani Cherini (RS), aliado do Planalto, por Alexandre Valle (RJ). Embora governista, Valle integra o grupo de insatisfeitos com Temer.

Na semana anterior, a sigla também substituiu Jorginho Mello (SC), que era titular da CCJ e votou a favor de Temer na primeira denúncia, por Delegado Edson Moreira (MG), contrário à investigação.

Acompanhe tudo sobre:Eliseu PadilhaGoverno TemerMichel TemerMoreira FrancoPartidos políticosPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaPolíticos brasileirosPSD – Partido Social DemocráticoRodrigo Janot

Mais de Brasil

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe