Presidente Dilma Rousseff: escolha de nomes para a comissão gerou um impasse no ano passado (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 12 de janeiro de 2016 às 15h48.
Brasília - Em busca de consenso para ser reconduzido ao posto de líder do PMDB da Câmara dos Deputados em fevereiro, Leonardo Picciani (RJ), promete uma indicação mista de nomes da sigla para a comissão especial que analisará a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, composição que terá tanto aliados do deputado quanto rebeldes da bancada.
A escolha de nomes para a comissão gerou um impasse no ano passado que culminou com a destituição de Picciani da liderança por oito dias.
Diante da indicação de deputados considerados governistas, a ala da bancada contrária ao Planalto apresentou uma chapa avulsa, aliada à oposição, posteriormente anulada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Certamente nós faremos uma indicação diferente da que foi feita da outra vez”, disse o líder a jornalistas, ao chegar na Câmara para conversas com correligionários.
“Houve uma disputa de chapas.A ideia é fazer uma indicação que mescle essas duas chapas, o que foi a chapa indicada pela liderança e o que foi a chapa apresentada de forma avulsa”, disse o deputado.
Picciani negou qualquer interferência do Planalto na disputa pela liderança do partido na Câmara, alegando que o que há é um “posicionamento político” do palácio em considerá-lo um “aliado”, e não uma “ação prática” para ajudá-lo.
Também rejeitou a tese de que teria sido oferecido o cargo de ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC) a um deputado da ala mineira do partido, uma forma de aplacar a corrente que reclama o direito de sucedê-lo na liderança, mas ainda não tem um nome de consenso.
“O convite para a SAC ele primeiro tem que acontecer. Eu até aqui desconheço qualquer convite que tenha sido feito pela presidenta da República para ocupar a Secretaria de Aviação Civil”, disse.
O deputado disse ainda acreditar na “neutralidade” do vice-presidente da República e presidente do PMDB, Milhe Temer, diante da disputa pela liderança da bancada.
“O conjunto da bancada tem um apreço grande pelo presidente Temer, de modo que eu particularmente acho que é desnecessária a presença do presidente do partido, vice-presidente da República, na disputa interna da bancada.”
O líder negou ainda que haja enfrentamento com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem articulado para tirá-lo do posto.