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Líder do Livres critica Bolsonaro e defende direitos humanos

Há três semanas, o movimento anunciou a saída do PSL quando a legenda confirmou a chegada de Bolsonaro para concorrer à Presidência

Jair Bolsonaro: líder afirmou que os conceitos de Bolsonaro são "incompatíveis" com os princípios do Livre (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Jair Bolsonaro: líder afirmou que os conceitos de Bolsonaro são "incompatíveis" com os princípios do Livre (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 18h54.

São Paulo - O presidente do movimento liberal Livres, Paulo Gontijo, disse nesta segunda-feira, 22, que a agenda de defesa dos direitos humanos é historicamente liberal, e não uma "defesa de bandidos" como afirma o deputado federal Jair Bolsonaro.

Há três semanas, o movimento anunciou a saída do PSL quando a legenda confirmou a chegada de Bolsonaro para ser o possível candidato à Presidência da República.

"Direitos humanos são uma construção historicamente liberal. São uma defesa da liberdade de todos. São os direitos humanos que defendem a casa de qualquer um de ser invadida, as arbitrariedades do Estado contra o indivíduo. Achamos que é muito coerente defender isso. Não é uma questão de enquadrar, como o Bolsonaro tenta, de defesa de bandidos. É defesa das instituições do País. É defender todos os cidadãos do País", afirma Gontijo.

O líder afirmou que os conceitos de Bolsonaro são "incompatíveis" com os princípios do Livres, tanto do ponto de vista econômico quanto social.

"Não acreditamos que ele (Bolsonaro) de fato defenda políticas econômicas liberais. Achamos que debaixo de uma tentativa de criar um verniz de liberalismo, quando você desce um pouco da superfície, você vê o bom e velho intervencionismo estatista dos anos 70", disse.

Após romper com o PSL, o Livres anunciou nesta segunda que ainda não vai apoiar pré-candidatos à presidência em 2018. O movimento tem conversado com PPS, Rede, Podemos e Novo para articular trinta candidatos a deputados federais e estaduais nas eleições deste ano.

O Livres sinalizou que deve se unir a outros partidos, descartando somente o PSL e partidos de extrema esquerda, sem citar quais. "A relação com o PSL é página virada", disse o presidente interino.

A estratégia do movimento será formar uma associação sem fins lucrativos, com CNPJ de São Paulo, para eleger pelo menos 14 integrantes formados no RenovaBR, projeto mantido por empresários para preparar políticos interessados em se candidatar.

"Não estamos usando nenhum partido como barriga de aluguel. Temos compromissos fixos com esses partidos", disse Gontijo. O grupo agora buscará financiamento do setor privado e se pessoas físicas. "Possivelmente, teremos candidatos em todos os Estados".

Três semanas depois de romper com o PSL, o movimento lançou um manifesto declarando apoio à abolição do fundo partidário e eleitoral, à desburocratização da criação de partidos e às candidaturas independentes. O grupo lançou também a plataforma Mundo Livres, na qual receberá interessados em filiação.

O Livres, um grupo que defende ideais liberais tanto na economia quanto nos costumes - chegou ao partido de Luciano Bivar (PSL) em janeiro de 2016 e se apresentava como "a renovação do PSL". Integrantes do movimento já controlavam 12 diretórios estaduais.

Os planos, no entanto, foram frustrados após a chegada do deputado fluminense. Agora, o grupo segue os passos dos chamados movimentos cívicos, como o Agora! e o Acredito, que também procuraram outras legendas para o lançamento de candidaturas ao Legislativo.

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