Brasil

Lewandowski nega ação que pedia agendamento de sabatina de Mendonça

Para o ministro do STF, trata-se de uma questão interna do Senado, motivo pelo qual não cabe ao Judiciário entrar no assunto

André Mendonça é nomeado ministro da Justiça do governo Bolsonaro. (Câmara dos Deputados/Divulgação)

André Mendonça é nomeado ministro da Justiça do governo Bolsonaro. (Câmara dos Deputados/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 12 de outubro de 2021 às 09h21.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski arquivou mandado de segurança apresentado por senadores pedindo ao tribunal que determinasse o agendamento da sabatina de André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para uma cadeira na Suprema Corte.

Para o ministro do STF, trata-se de uma questão interna do Senado, motivo pelo qual não cabe ao Judiciário entrar no assunto. Além disso, Lewandowski considerou que os senadores que impetraram a ação não teriam o poder de fazê-la por não deterem o direito líquido e certo.

"De modo a não pairarem maiores dúvidas, registro abaixo os dispositivos da Carta Magna que regem a matéria, a partir dos quais é possível constatar que a escolha, aprovação e nomeação de integrante da Suprema Corte resulta de um ato político-administrativo complexo, fruto da atuação combinada --e exclusiva-- do Executivo e do Legislativo, sem qualquer intromissão do Judiciário", argumenta o ministro do STF na decisão.

"A jurisprudência desta Suprema Corte, em observância ao princípio constitucional da separação dos Poderes, é firme no sentido de que as decisões do Congresso Nacional levadas a efeito com fundamento em normas regimentais possuem natureza interna corporis, sendo, portanto, infensas à revisão judicial", acrescentou.

O mandado de segurança foi apresentado em meados de setembro pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) para obrigar o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a marcar reunião de sabatina de Mendonça.

O nome do indicado sofre resistências na Casa, inclusive por parte de Alcolumbre. Ainda assim, Mendonça, que foi ministro da Justiça e Segurança Pùblica e advogado-geral da União do governo Bolsonaro, reuniu-se com senadores e fez tentativas por sua conta para viabilizar seu nome. Tudo isso em um momento em que o governo enfrenta um ambiente desfavorável no Senado.

Acompanhe tudo sobre:André MendonçaRicardo LewandowskiSenadoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas