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Lewandowski manda ao plenário ação para anular intervenção no Rio

Ação do PSOL afirmou que a intervenção tem flagrantes intenções eleitorais, além de desrespeitar direitos humanos e gerar gastos excessivos do governo

Intervenção: ministro adotou um rito abreviado de apreciação da ação, devido a relevância da matéria e seu "especial significado para a ordem social" (Mario Tama/Getty Images)

Intervenção: ministro adotou um rito abreviado de apreciação da ação, devido a relevância da matéria e seu "especial significado para a ordem social" (Mario Tama/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 16 de março de 2018 às 19h27.

Última atualização em 16 de março de 2018 às 19h31.

Brasília - O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu remeter para análise diretamente em plenário a ação do PSOL que pretende anular a intervenção federal realizada pelo governo Michel Temer na área de segurança pública no Rio de Janeiro.

Em despacho, Lewandowski adotou um rito abreviado de apreciação da ação, devido a relevância da matéria e seu "especial significado para a ordem social". Ele pediu informações da Presidência da República e posteriormente as manifestações da Advocacia-Geral da União e da Procuradoria-Geral da República para instruir o processo.

Na petição inicial, o partido afirmou que a intervenção tem flagrantes intenções eleitorais, além de desrespeitar direitos humanos, gerar gastos excessivos do governo e não resolver a questão da violência no Rio.

"As pretensões eleitorais do edito interventivo são nítidas e fartamente noticiadas. Este escuso motivo, porém indisfarçável intenção, aliado à desproporção da medida e a sua falta de economicidade, dizem do flagrante desvio de finalidade do decreto de intervenção", afirma trecho da ação.

A ação também questiona o caráter militar da medida adotada por Temer, ao misturar a intervenção com o uso das Forças Armadas, que, avalia o partido, tem atuação constitucionalmente limitada.

A Constituição Federal não autoriza que haja a criação de uma 'Polícia' própria interventiva - uma polícia das Forças Armadas excepcionando as forças de segurança existentes e constitucionalmente previstas, afirma o partido.

"Não há autorização, também, para a criação, organização e funcionamento de uma estrutura administrativa-militar própria com atribuições, competências, orçamento, pessoal, equipamentos e outros, quanto mais para o exercício de polícia ostensiva", questiona o partido.

A decisão de Lewandowski de levar o caso diretamente ao plenário do Supremo acontece após o assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio de Janeiro. Ela compunha uma comissão de acompanhamento da intervenção e denunciava violações de direitos humanos que teriam sido cometidas pela polícia.

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