Lewandowski afirmou existir um caso isolado em investigação, que está sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF Flickr Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 22 de maio de 2025 às 16h33.
Última atualização em 22 de maio de 2025 às 17h35.
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que não há evidências de uma atuação em larga escala de espiões russos no Brasil.
— Não há nada de concreto nesse sentido, de que há uma ação em larga escala de espiões. Sejam da Rússia, sejam de qualquer país. Nossas autoridades, tanto do setor militar quanto do setor policial, mesmo da Abin, estão atentas para isso — disse o ministro a jornalistas nesta quinta-feira.
Lewandowski afirmou existir um caso isolado em investigação, que está sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF).
— Quando o Judiciário decidir, o governo brasileiro tomará a decisão correspondente à do Supremo Tribunal Federal neste caso. Enquanto não houver, digamos assim, uma ação criminosa, não é o caso da Polícia Federal ingressar na questão.
O ministro se referiu ao caso do espião russo Sergey Cherkasov, um dos citados em reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal New York Times, que aponta a descoberta de pelo menos nove agentes russos que operaram com identidades brasileiras.
Em março de 2023, o Supremo aprovou a entrega voluntária de Sergey à Rússia depois que ele concordou em ser extraditado para lá. Autoridades russas pediam a sua deportação sob a acusação de integrar uma organização criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas.
Contudo, em dezembro do ano passado, o ministro do STF Edson Fachin rejeitou a entrega "antecipada" do espião russo ao país de origem, argumentando que ele ainda responde a inquéritos no Brasil por "possíveis atos de espionagem, lavagem de capitais e corrupção passiva".
A Corte decidiu que ele só deveria ser removido à Rússia após a conclusão das investigações que são conduzidas pela Polícia Federal — o que não aconteceu ainda. O agente russo cumpre desde 2022 pena na Penitenciária Federal de Brasília, uma das mais seguras do país.
O Globo revelou detalhes da história de Cherkasov, que se identificava como o estudante carioca Victor Müller Ferreira em maio de 2023. Ele chegou a morar na Argentina e fez uma pós-graduação em uma universidade americana. Em 2022, ele se candidatou a um estágio no Tribunal Penal Internacional, em Haia, para atuar em casos envolvendo crimes de guerra.