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Lewandowski dá 48h para governo se manifestar sobre vacinação de crianças

Ministro do STF analisa pedido para que faixa etária seja incluída no Plano Nacional de Imunização após aprovação da Anvisa

Ministro Ricardo Lewandowski durante sessão da Segunda Turma do STF para jugar ação penal proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. (Nelson Jr./SCO/STF/Reprodução)

Ministro Ricardo Lewandowski durante sessão da Segunda Turma do STF para jugar ação penal proposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a senadora Gleisi Hoffmann e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo. (Nelson Jr./SCO/STF/Reprodução)

AO

Agência O Globo

Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 20h38.

Última atualização em 17 de dezembro de 2021 às 20h40.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) deu 48h para que o governo Jair Bolsonaro se manifeste a respeito da inclusão de crianças entre cinco e 11 anos no Plano Nacional de Vacinação para a imunização contra a covid-19.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta quinta-feira a aplicação da vacina da Pfizer para crianças. O parecer do órgão apontou eficácia superior a 90% do imunizante para o segmento infantil. O Ministério da Saúde, no entanto, ainda não encomendou as doses específicas para essa faixa etária.

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O despacho do ministro, desta sexta-feira, foi dado em um pedido apresentado pelo PT para que o governo federal seja obrigado a apresentar um plano de vacinação para crianças nesta faixa etária.

"Incluindo-se um cronograma que viabilize a cobertura vacinal adequada de toda a população infantil antes da retomada das aulas, bem como a previsão de um dia nacional (Dia D) para vacinação, ou mesmo a designação de possíveis datas para a realização de grandes mutirões de incentivo e vacinação", pede o partido.

A Anvisa incluiu a faixa etária na bula do imunizante na manhã de quinta. A resolução, que já está em vigor, é assinada pelo gerente-geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) da Anvisa, Gustavo Mendes.

Segundo a Anvisa, devem ser aplicadas duas doses com intervalo de 21 dias. Até o momento, essa é a única vacina aprovada para o público infantil. Logo, não deve haver intercambialidade de vacinas, isto é, mistura de doses.

A vacinação de crianças já virou alvo de ataques por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em uma live nesta quinta-feira, o presidente avisou logo de início aos seus espectadores que não interfere na Anvisa e que a agência não está subordinada a ele.

— Deixar bem claro isso, não interfiro lá. Pedi extraoficialmente o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas para que todo mundo tome conhecimento quem são essas pessoas e forme o seu juízo.

Bolsonaro voltou a afirmar que a vacina é "experimental", o que não é verdadeiro. Todas as vacinas aplicadas no Brasil foram testadas e aprovadas em pesquisas que atestaram sua eficácia e segurança. Os resultados desses estudos foram analisados e aprovados pela Anvisa.

— A vacina chegou, experimental. Da nossa parte foi voluntária, ninguém obrigou ninguém a tomar, a responsabilidade é de cada um. Mas agora mexe com as crianças. Quem é responsável é você, pai. Eu tenho uma filha de 11 anos e vou estudar com a minha esposa para ver qual a decisão que nós vamos tomar.

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