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Levar comida até consumidor é sacrifício no Brasil, diz FT

Financial Times diz que infraestrutura pobre transforma caminho dos alimentos até consumidor em sacrifício. E crítica taxa de retorno imposta pelo governo nas concessões


	Para Financial Times, consumidor não tem ideia do sacrifício que é levar comida até prateleiras 
 (Leo Caldas/EXAME.com)

Para Financial Times, consumidor não tem ideia do sacrifício que é levar comida até prateleiras  (Leo Caldas/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 11h52.

São Paulo – “Quando as pessoas da maior cidade da América do Sul vão ao supermercado, elas raramente param para pensar sobre o sacrifício exigido para garantir que haja comida nas prateleiras”. A afirmação é do periódico britânico Financial Times, que publicou reportagem sobre a situação da infraestrutura brasileira e as concessões elaboradas pelo governo para solucioná-la.

Por enquanto, com as estradas esburacadas, ser motorista de caminhão é uma das profissões “mais perigosas do país”, diz o jornal.

Ocupando a posição 101 dentre as 144 nações listadas em ranking do Fórum Econômico Mundial, o FT afirma que, no Brasil, o déficit de infraestrutura acaba recaindo sob os produtores. E até o mundo, já que a comida é exportada para todos os continentes.

Enquanto aqui 58% das mercadorias são transportadas por caminhões, modal menos eficiente econômica e energeticamente, nos Estados Unidos são 32%.

"Se você pensar no quão importante é a produção agrícola brasileira para o mundo, isso significa, infelizmente, uma comida mais cara para o resto do globo do que deveria", disse ao jornal Fernando Martins, da Bain & Company.

Contra o evidente déficit, o governo anunciou vultuosos investimentos em 2012 e 2013, com 133 bilhões de reais direcionados a leilões de portos, aeroportos, estradas e ferrovias.

Mas sobram críticas à forma como isso vem sendo conduzido. O governo já teve de subir de 5,5 para 7,2% a taxa de retorno das concessões em rodovias e ferrovias, por falta de interessados.

Ao Financial Times, Arminio Fraga, ex-presidente do BC, disse que, quando leilões são bem feitos, não é preciso se preocupar em estabelecer os “corretos” níveis de retorno. 

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