Fábio Faria, ministro das Comunicações: leilão do 5G deve movimentar R$ 49 bilhões (Leandro Fonseca/Exame)
Carla Aranha
Publicado em 4 de novembro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 4 de novembro de 2021 às 06h33.
O leilão do 5G, que deve movimentar 49 bilhões de reais, acontece nesta quinta, dia 4. No total, 15 empresas concorrem pelas faixas de internet da quinta geração de serviços móveis.
Além de grandes operadoras do setor, como a Vivo, TIM e Claro, dez companhias menores, entre elas a Fly Link (de Uberaba, em Minas Gerais) e a Cloud2U (de São José dos Campos, em São Paulo), entregaram envelopes com as ofertas no último dia 27, data definida para o recebimento das propostas.
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A expectativa é que o leilão seja bastante disputado. A leitura e a análise das ofertas das 15 empresas começam nesta quinta no Ministério das Comunicações e devem prosseguir até sexta, dia 5, quando será divulgado o resultado.
Serão disponibilizadas quatro faixas de frequência, de 700 MHz (1 licença nacional para operação e 3 regionais), 2,3 GHz (16 licenças regionais), 3,5 GHz (pelo menos 4 licenças regionais) e 26 GHz (pelo menos 10 licenças nacionais e 6 regionais).
O governo deverá ficar com 3 bilhões de reais do total movimentado no leilão, que não é arrecadatório. As empresas vencedoras deverão fazer investimentos para a implantação do 5G, 4G e da internet. Entre as principais contrapartidas, estão financiar o programa Norte Conectado – que prevê a internet de fibra ótica na região Norte, por meio de cabos subfluviais na Amazônia –, levar o sinal de internet a áreas rurais e estradas federais.
O edital também estipula que até 2022 todas as capitais devem contar com o 5G. “Até o Natal deste ano, São Paulo já deve ter pontos com o sinal 5G, de acordo com informações passadas pelas operadoras”, disse Fábio Faria, ministro das Comunicações, em entrevista à EXAME.
Levar a internet mais rápida para todas as capitais, em pouco tempo, deverá ser um desafio. De acordo com um estudo do Conexis Brasil Digital, entidade que reúne as principais operadoras do país, apenas sete das 27 capitais brasileiras já estão totalmente preparadas para receber a nova tecnologia.
Uma das cidades que se destacam em relação à conectividade é Porto Alegre. Um dos maiores motivos é a flexibilização da legislação para a instalação de antenas, algo fundamental para a implantação do 5G. Atualmente, as solicitações para emissão de licenças para a construção de antenas são liberadas no mesmo dia. São Paulo e outras capitais devem fazer mudanças na lei para facilitar a instalação de antenas.