O texto define como terrorismo o crime que atenta contra pessoa, "mediante violência ou grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de causar pânico generalizado" (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2015 às 08h31.
Brasília - Apesar de a bancada do PT ter se posicionado contra o projeto de lei que tipifica o terrorismo, o governo conseguiu aprovar nesta quarta-feira, 28, a proposta com apoio de outros partidos da base aliada e também da oposição.
A questão opôs a bancada do PT no Senado ao governo, que desejava acelerar a aprovação da lei, receoso de sofrer sanções internacionais e gerar mal estar com agências de classificação de risco. Em plenário, o líder do governo, Delcídio Amaral (PT-MS), reiterou sua orientação pela aprovação.
"O posicionamento do governo e da liderança é favorável ao projeto, que foi amplamente discutido com o governo federal, Ministério da Justiça, Casa Civil e Ministério da Fazenda", afirmou Delcídio. Entretanto, o líder do PT, Humberto Costa (PE), orientou a bancada a reprovar o projeto. No entendimento dos petistas, a lei criminaliza os movimentos sociais e fere o direito de manifestação.
Em plenário, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) disse não saber a quem direcionar sua oposição "já que a liderança do governo pediu a aprovação do projeto, enquanto a liderança do partido é contra".
O texto define como terrorismo o crime que atenta contra pessoa, "mediante violência ou grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de causar pânico generalizado", e prevê prisão de 24 a 36 anos. Um substitutivo foi aprovado com 34 votos favoráveis e 18 contrários.
Apesar da aprovação, o projeto não atendeu à intenção de urgência do governo e, devido às modificações, terá de voltar à Câmara.