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Lei Kandir: Senado aprova repasses de R$ 62 bi a estados e municípios

Os valores serão pagos até 2037 para compensar perdas de arrecadação decorrentes da legislação que isentou produtos da cobrança de ICMS

Plenário do Senado trabalha em sessão remota (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Plenário do Senado trabalha em sessão remota (Jefferson Rudy/Agência Senado)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 18 de novembro de 2020 às 19h36.

Última atualização em 14 de dezembro de 2020 às 15h45.

O Senado aprovou nesta quarta-feira, 18, o projeto de lei que garante a transferência, por parte da União, de 62 bilhões de reais aos estados e municípios nos próximos 17 anos, para compensar perdas de arrecadação decorrentes da Lei Kandir. A legislação, que entrou em vigor em 1996, isentou de cobrança de ICMS produtos destinados à exportação, como soja, milho, algodão, carnes e minérios.

A matéria ainda precisa ser aprovada pela Câmara para que os entes prejudicados pela medida sejam ressarcidos. Os estados e municípios, representados pelo Fórum Nacional de Governadores, conseguiram entrar em um acordo com a União, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em maio, para receber os valores. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 133/2020, que regulamenta esse acordo, foi aprovado por unanimidade no Senado, por 70 votos a zero

Dos 62 bilhões de reais, 58 milhões serão distribuídos entre 2020 e 2037. Até 2030, serão repassados 4 bilhões de reais por ano. A partir de 2031, os valores vão decrescendo, a cada ano, meio bilhão. Em 2031, os entes receberão 3,5 bilhões; em 2032, 3 bilhões; em 2033, 2,5 bilhões; e assim por diante, até chegar aos últimos 500 milhões de reais em 2037. Pelo projeto, 75% do valor devido ao estado será entregue ao próprio ente e 25% aos municípios.

Os 4 bilhões de reais restantes serão pagos com dinheiro dos leilões de petróleo dos blocos de Atapu e Sépia, na Bacia de Santos. Esse valor, portanto, não tem data definida para ser transferido. A divisão, nesse caso, será na mesma proporção: 75% para os estados e 25% para os municípios. Outros 3,6 bilhões de reais ainda podem ser acrescentados à compensação, se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo, em tramitação no Congresso, for aprovada.

 

 

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