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"Legal ou ilegal, o problema é ser propina", diz Alckmin

Na contramão de outros políticos, Alckmin defendeu criminalização de propinas doadas a políticos em campanhas

Alckmin: nomes do PSDB foram citados em delação da Odebrecht como receptores de propina (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Alckmin: nomes do PSDB foram citados em delação da Odebrecht como receptores de propina (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de março de 2017 às 14h30.

São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu a criminalização de propinas doadas a políticos em campanhas eleitorais "disfarçadas" de doações legais aprovadas pela Justiça Eleitoral.

A declaração demonstra concordância com decisão do Supremo Tribunal Federal de tornar réu esta semana o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) por receber doação legal de R$ 500 mil "disfarçada" de propina.

O partido do governador tem nomes citados em delação de ex-executivo da Odebrecht como beneficiários de propinas por meio de caixa 2.

A decisão do STF de aceitar a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Raupp (PMDB-RO) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro preocupa os bastidores do poder. Parlamentares acusam o STF de querer "criminalizar" as doações legais.

"O problema não é ser legal nesse caso. Legal ou ilegal, o problema é ser propina", disse o governador tucano em coletiva de imprensa, após uma cerimônia para apresentar mudanças no programa da Nota Fiscal Paulista, no Palácio dos Bandeirantes. "Independente de ter tido doação ou não, se você teve propina é evidente que isso é crime", declarou.

Dersa

O governador disse ainda que não tem "nenhuma" preocupação sobre a possibilidade de o ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, fechar acordo de delação com o Ministério Público Federal.

O nome de Paulo Preto é citado pelo operador financeiro Adir Assad, que propôs um acordo de delação premiada à Lava Jato no qual afirma ter repassado cerca de R$ 100 milhões para o ex-diretor da Dersa, entre 2007 e 2010, na gestão José Serra (PSDB) no governo de São Paulo. "Na minha gestão, ele não ocupou nenhum cargo de direção. Foi funcionário", disse Alckmin.

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