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Lavo Jato: Suíça devolve ao Brasil € 324 mi desviados pela Odebrecht

Ainda restam quase 700 milhões de francos suíços congelados pelo país

Ramificações da corrupção em outros países aconteceram por meio da empreiteira Odebrecht (Nacho Doce/Reuters)

Ramificações da corrupção em outros países aconteceram por meio da empreiteira Odebrecht (Nacho Doce/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de abril de 2019 às 09h07.

Última atualização em 9 de abril de 2019 às 09h34.

A Suíça anunciou nesta terça-feira que devolveu ao Brasil 324 milhões de euros que haviam sido confiscados pela Justiça em relação ao caso de corrupção que envolve as empresas Petrobras e Odebrecht. Em 2014, a operação "Lava Jato" revelou um esquema de desvio de dinheiro público orquestrado entre políticos, empresários e funcionários da Petrobras que teve ramificações em outro países através da empreiteira.

Desde abril de 2014, o Ministério Público suíço investiga o caso, "em particular as suspeitas de lavagem de dinheiro com agravante e, em muitos casos, as suspeitas de corrupção de agentes públicos estrangeiros", afirma um comunicado. De acordo com o Ministério Público da Confederação (MPC), existem 70 processos penais em curso.

"Até agora a Suíça devolveu cerca de 365 milhões de francos suíços a favor dos prejudicados no Brasil, com o consentimento das pessoas autorizadas", afirmou a promotoria. "As últimas devoluções, de 9 milhões de francos suíços, aconteceram no fim de março".

Centenas de milhões de francos suíços, no entanto, permanecem bloqueados na Suíça.

De acordo com o MPC, que trabalha em cooperação com o Ministério Público brasileiro, os bens patrimoniais congelados pelas autoridades suíças somam quase 700 milhões de francos.

Cooperação

Nesta segunda-feira, 8, o Procurador-Geral da Suíça, Michael Lauber, e a Procuradora-Geral do Brasil, Raquel Dodge, se encontraram em Brasília para assinar uma declaração conjunta de compromisso em continuar e intensificar a cooperação.

Mais de 130 empresários e políticos foram condenados no Brasil pelo caso, acusados de envolvimento em propinas políticas e lavagem de dinheiro na Petrobras e na Odebrecht. O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva está cumprindo uma sentença de 12 anos de prisão.

Cerca de 15 processos criminais abertos na Suíça foram repassados às autoridades brasileiras. O caso também atingiu os principais operadores globais de commodities baseados na Suíça.

Os suíços estão ajudando os promotores brasileiros a investigar supostos vínculos de suborno e corrupção com a Vitol, a Trafigura e a Glencore.

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