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Lava Jato questiona "comitê" de Lula na PF e quer barrar visita de Gleisi

Procuradores dizem que pelo menos cinco parlamentares ou políticos que são advogados vistam ex-presidente sem apresentar petições nos processos

Lula: candidatura do petista foi registrada hoje, 15 (Patrícia Monteiro/Bloomberg)

Lula: candidatura do petista foi registrada hoje, 15 (Patrícia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 17h48.

Em dura manifestação apresentada à Justiça Federal de Curitiba (PR), a força-tarefa da operação Lava Jato do Ministério Público Federal afirmou que as visitas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feitas por políticos que se inscreveram como advogados estão transformando a carceragem da Polícia Federal em seu comitê de campanha e pediu que a presidente do PT, a senadora e também advogada Gleisi Hoffmann (PR), seja impedida de se encontrar com o petista.

No pedido apresentado na terça-feira à noite, os procuradores citam o fato de que pelo menos cinco parlamentares ou políticos ligados ao PT que são advogados passaram a visitá-lo desde o início da execução da pena do petista sem que tenham apresentado qualquer tipo de petição nos processos a que o petista responde --o ex-presidente está preso desde abril, cumprindo pela no processo do tríplex do Guarujá.

Entre os citados nominalmente nessa condição, está, além de Gleisi Hoffmann, o candidato a vice na chapa do PT, Fernando Haddad. O MPF questiona essa postura.

"Parece haver, em realidade, uma aparente tentativa de ludibriar as regras fixadas para visitação do encarcerado, possibilitando assim a visita em qualquer dia, desde que o visitante seja advogado", dizem os procuradores.

O PT registrou a candidatura de Lula, que é líder nas pesquisas de intenção de voto, no final da tarde no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A força-tarefa pede que Gleisi seja impedida de fazer parte da equipe de defesa do ex-presidente e cita que ela não pode, como parlamentar, continuar a advogar.

"As visitas não têm por objetivo a defesa judicial do apenado, senão a de possibilitar por parte de Luiz Inácio Lula da Silva, a condução e a intervenção no processo eleitoral de quem materialmente está inelegível, transformando o local onde cumpre pena -- a sede da Polícia Federal -- , em seu comitê de campanha", criticou a força-tarefa.

O grupo quer saber se tem havido abuso na prerrogativa dos advogados e pediu à PF a relação de dia e hora das visitas de qualquer natureza e espécie a Lula.

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