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Lava Jato mira Odebrecht e cumpre 15 mandados de prisão

A operação chamada Xepa é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato, chamada Acarajé, que resultou na prisão do marqueteiro do PT


	Odebrecht: a operação chamada Xepa é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato
 (Vanderlei Almeida/AFP)

Odebrecht: a operação chamada Xepa é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato (Vanderlei Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2016 às 10h01.

Rio de Janeiro - A Polícia Federal lançou nesta terça-feira a 26ª fase da operação Lava Jato para cumprir 15 mandados de prisão tendo como alvo principal a empreiteira Odebrecht, suspeita de realizar pagamento sistemático de propinas a pessoas ligadas ao poder público em todas as esferas devido a contratos firmados pela empresa em diferentes áreas de atuação.

A operação chamada Xepa é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato, chamada Acarajé, que resultou na prisão do marqueteiro do PT João Santana por suspeita de receber pagamentos ilegais da Odebrecht no exterior, disse a Polícia Federal em comunicado.

Segundo a PF, as investigações apontaram que o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, já condenado a 19 anos de prisão em uma ação separada da Lava Jato, não apenas tinha conhecimento dos pagamentos ilícitos, mas também comandava diretamente o pagamento de algumas dessas vantagens indevidas, inclusive no caso de Santana.

De acordo com o Ministério Público Federal, as investigações colheram indícios de que foi instalado dentro da Odebrecht um setor profissionalmente organizado para pagamentos que incluíam vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela empreiteira. O esquema era utilizado pelo menos até o segundo semestre de 2015.

"A partir da análise de e-mails e planilhas apreendidas, apurou-se que pelo menos 14 executivos de outros setores do Grupo Odebrecht, que demandavam 'pagamentos paralelos', encaminhavam aos funcionários as diversas solicitações de pagamentos ilícitos, de forma que a contabilidade paralela e a entrega dos valores espúrios ficassem centralizados nesta estrutura específica", afirmou o MPF em comunicado.

"Essas evidências abrem toda uma nova linha de apuração de pagamento de propinas em função de variadas obras públicas", acrescentou.

Além dos mandados de prisão, policiais federais cumprem 67 mandados de busca e apreensão e 28 mandados de condução coercitiva nos Estados São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

A PF e o MPF não revelaram os nomes dos alvos da operação. Segundo o Ministério Público, os investigados são empresários, profissionais e lavadores de dinheiro ligados à Odebrecht.

Nas investigações a polícia identificou material indicando a realização de entregas de recursos em espécie a terceiros indicados por altos executivos da Odebrecht nas mais variadas áreas de atuação do conglomerado empresarial.

"Há indícios concretos de que o Grupo Odebrecht se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos", disse a PF.

A Odebrecht é uma das principais empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção investigado pela Lava Jato, que envolve a Petrobras, outras empresas partidos e políticos.

O empresário Marcelo Odebrecht foi condenado neste mês a 19 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa devido ao pagamento de 109 milhões de reais e 35 milhões de dólares a funcionários da Petrobras como parte do esquema de propina para obtenção de contratos da estatal.

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