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Lava Jato investiga se Youssef escondeu ter avião em delação

Um dos principais delatores do esquema de corrupção da Petrobras, o doleiro pode ter o benefício anulado caso se confirme que omitiu informações da Justiça


	Alberto Youssef: no acordo de delação premiada para redução de pena, doleiro não relacionou jato entre bens
 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Alberto Youssef: no acordo de delação premiada para redução de pena, doleiro não relacionou jato entre bens (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 21h00.

Brasília - A Operação Lava Jato investiga se o doleiro Alberto Youssef escondeu, no acordo de delação premiada, a propriedade de um jato particular.

O jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que a testemunha Leonardo Meirelles apresentou à Polícia Federal cópia de uma nota fiscal de compra de peças que seriam para uma aeronave do doleiro.

As peças teriam sido compradas no exterior por meio de uma empresa de Meirelles.

Entre os documentos haveria a comprovação de que o jato continua sendo do doleiro.

No acordo de delação premiada para redução de pena, Youssef não relacionou o jato entre seus bens.

Um dos principais delatores do esquema de corrupção da Petrobras, o doleiro pode ter o benefício anulado caso se confirme que omitiu informações da Justiça.

Conforme pessoas que conviveram com Youssef, ele costumava viajar em aeronave particular; raramente usava a aviação comercial.

O doleiro também contou aos mais próximos que alugava uma aeronave sua para táxi aéreo.

O jornal não conseguiu contato com o advogado do doleiro, Figueiredo Bastos.

O advogado de Meirelles, o criminalista Aroldo Nater, afirmou que "a investigação está sob sigilo" e que não poderia comentar sobre o assunto.

Meirelles emprestava empresas para Youssef fazer remessas para o exterior.

Ele foi preso, mas ganhou a liberdade menos de um mês após ter colaborado com as investigações.

O laboratório Labogen, do qual é sócio, segundo as investigações, foi usado por Youssef para tentar conseguir um contrato milionário com o Ministério da Saúde, na gestão do então ministro Alexandre Padilha, para fornecimento de medicamentos.

Segundo o Ministério, o contrato não chegou a ser assinado. O ex-deputado André Vargas (sem partido-PR) intermediou as negociações com o ministério.

Na época filiado ao PT, Vargas teve o mandato cassado após a relação com o doleiro se tornar pública.

O acordo de delação premiada de Youssef estabelece que ele transfira para a União a titularidade de uma série de bens, entre imóveis, veículos e participações em empresas.

Os bens foram alienados logo após a assinatura do acordo com o Ministério Público Federal. Não há aeronave listada entre os bens.

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