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Lava Jato investiga enorme organização criminosa, diz Janot

Janot afirmou que a investigação não analisa "delações" ou "empresas" isoladamente, mas sim uma organização com vários ramos


	Rodrigo Janot: de acordo com Janot, o modus operandi na Lava Jato e no caso Consist é "idêntico" e a organização criminosa "opera em diversas frentes"
 (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Fotos Públicas)

Rodrigo Janot: de acordo com Janot, o modus operandi na Lava Jato e no caso Consist é "idêntico" e a organização criminosa "opera em diversas frentes" (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2015 às 16h49.

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta quarta-feira, 23, em sustentação no Supremo Tribunal Federal (STF) que investigação considerada "braço" da Lava Jato permaneça sob relatoria do ministro Teori Zavascki, na Corte, e do juiz Sérgio Moro, na Justiça Federal no Paraná.

Ao fazer a defesa, Janot afirmou que a investigação não analisa "delações" ou "empresas" isoladamente, mas sim uma organização com vários ramos, o que exige a concentração de todas as ações com um mesmo magistrado.

"Existe uma operação de mesma maneira, mesmos atores, mesmos operadores econômicos, que atuaram no fato empresa Consist e no fato empresa Petrobras. Não estamos investigando empresas nem delações, mas uma enorme organização criminosa que se espraiou para os braços do setor público", disse o procurador.

O STF discute um caso concreto que envolve a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e fraudes envolvendo a empresa Consist e o Ministério do Planejamento. Indícios encontrados contra a petista foram encaminhados em agosto por Moro ao STF.

Ao analisar o caso, Zavascki, que é relator da Lava Jato no Tribunal, enviou o relatório para a presidência do Supremo por entender que não há conexão entre os fatos investigados e as apurações sobre a Petrobras.

O presidente do Tribunal, Ricardo Lewandowski, autorizou a redistribuição da petição, que foi enviada ao gabinete do ministro Dias Toffoli.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) divergiu e pediu que o caso permanecesse com Zavascki, sob argumento de que os indícios contra a senadora foram descobertos em "desdobramento natural" das investigações na Lava Jato e há "possíveis ligações" com os fatos apurados.

De acordo com Janot, o modus operandi na Lava Jato e no caso Consist é "idêntico" e a organização criminosa "opera em diversas frentes".

Na terça-feira, 22, os ministros da 2ª Turma iniciaram a discussão sobre quem seria o juiz competente para conduzir as investigações a respeito da Consist, mas decidiram levar o caso ao Plenário.

A decisão pode abrir brecha para que advogados questionem a validade dos atos praticados por Moro em casos sem relação com o núcleo central do esquema da Lava Jato, como investigações sobre a Eletrobrás.

O efeito da decisão do Supremo provoca temor em investigadores no Paraná, que avaliam que a Operação pode ser fragilizada se for "desconcentrada".

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