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Lava Jato é ponta do iceberg da corrupção, diz Torquato Jardim

Isso é muito mais sério do que a Lava Jato, estão destruindo o futuro do Brasil, afirmou o ministro da Justiça

Dois terços dos municípios auditados pelo Ministério da Transparência sumiram com dinheiro, disse o ministro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dois terços dos municípios auditados pelo Ministério da Transparência sumiram com dinheiro, disse o ministro (Ueslei Marcelino/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de março de 2018 às 14h49.

São Paulo - O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou nesta quinta-feira, no Fórum Econômico Mundial para a América Latina, que a corrupção nos municípios é muito maior do que os desvios e fraudes revelados pela operação Lava Jato, que para ele representam apenas "a ponta do iceberg" do problema.

"Dos 3.500 municípios que foram auditados pelo Ministério da Transparência para verificar o uso do orçamento federal, dois terços sumiram com dinheiro de merenda escolar, material escolar e saúde", afirmou o ministro durante o painel Quebrando o Ciclo da Corrupção.

"Isso é muito mais sério do que a Lava Jato, estão destruindo o futuro do Brasil, estão destruindo as crianças do Brasil", ressaltou.

Ainda segundo o ministro, "o que se conhece da Lava Jato é 10% (da corrupção no país)". "É a ponta do iceberg", disse ele, garantindo que o governo está "controlando ações ilegais de algumas cidades".

O painel foi mediado pelo presidente da Agência Efe, José Antonio Vera, e contou com a participação da presidente da ONG Transparência Internacional, Delia Ferreira Rubio, da diretora-geral da Microsoft no Brasil, Paula Bellizia, e da analista política mexicana Denise Dresser.

Jardim apontou que um dos fatores que favorecem os casos de corrupção é "o tamanho excessivo" do Estado e o controle estatal sobre a economia.

"Quanto maior o Estado, quanto maior o poder público, mais responsabilidades políticas, coletas de tributos e tudo mais. Em um país continental como o Brasil, onde muito lugares não recebem informações, não tem imprensa, tende a ter mais oportunidade de corrupção", argumentou.

O ministro também criticou o fato de na última década terem sido feitos 17 refinanciamentos de dívidas tributárias de empresas, o que segundo ele "mostra o poder imenso do lobby do poder privado no legislativo e no governo".

"É um convite para não pagar tributos", alegou.

Jardim também destacou a importância da imprensa no combate a esta marca que se propagou por uma grande parte dos países latino-americanos, afirmando que, "quanto menos meios de comunicação nos estados, maior é a corrupção". EFE

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