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Lava-Jato compartilhará delações com outros países em julho

Um total de 24 países já fez 53 solicitações de informações sobre a operação, que por sua vez enviou 130 pedidos de informação a 33 nações

Odebrecht: "Há um interesse muito grande em muitos países, especialmente agora com a colaboração da Odebrecht, mas temos que aguardar um pouco pelas regras do ordenamento" (Guadalupe Pardo/Reuters)

Odebrecht: "Há um interesse muito grande em muitos países, especialmente agora com a colaboração da Odebrecht, mas temos que aguardar um pouco pelas regras do ordenamento" (Guadalupe Pardo/Reuters)

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EFE

Publicado em 15 de março de 2017 às 18h32.

Washington - O Ministério Público Federal (MPF) compartilhará a partir do final de julho os dados sobre delações de ex-executivos da Odebrecht dentro da operação Lava-Jato com os países que os solicitarem.

A informação foi dada nesta quarta-feira em Washington (EUA) por Douglas Fischer, procurador que foi coordenador da operação e que atualmente trabalha nas relações com países para onde foi mandado dinheiro desviado no escândalo de corrupção.

Fischer explicou que há uma cláusula no acordo de delação da Odebrecht pela qual só podem ser compartilhadas informações com outros países seis meses depois da homologação desse pacto por parte do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Há um interesse muito grande em muitos países, especialmente agora com a colaboração da Odebrecht, mas temos que aguardar um pouco pelas regras do ordenamento", disse o procurador, que está em Washington para participar, nesta semana, de um fórum da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre corrupção.

"Mas a ideia do procurador-geral da República (Rodrigo Janot) é a de compartilhar todas as provas com os países interessados. É preciso ter um pouco de paciência porque há um caminho a ser seguido, os países têm que ter compreensão, mas com toda segurança vamos compartilhar essas informações com todos", acrescentou.

Um total de 24 países já fez 53 solicitações de informações sobre a operação ao Brasil, que por sua vez enviou 130 pedidos de informação a 33 nações, segundo Fischer.

O procurador também falou sobre a "ideia de alguns de criar uma anistia para alguns crimes, como o pagamento para o financiamento de campanhas em caixa 2", uma ideia que segundo ele "não tem possibilidade de afetar a parte da investigação sobre corrupção".

"Não há precedentes de casos iguais, mas acredito que este é o caminho, porque o Legislativo não tem a possibilidade de criar uma anistia de casos tão graves", afirmou.

Fischer pediu à sociedade brasileira para que fique "vigilante" sobre a possibilidade de a anistia não ser apenas para o financiamento das campanhas, mas mais ampla.

"Precisamos que a sociedade não fique tranquila pensando que está tudo muito bem, que seja vigilante o tempo todo, controlando as ações do Legislativo", disse.

Nesse sentido, o procurador pediu "o apoio do Congresso" para que possa ser "bem feita uma limpeza de toda a corrupção e para o país ter uma democracia firme".

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