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Laudo aponta que baixa temperatura causou explosão em fábrica da Enaex no Paraná

Acidente em 12 de agosto deixou nove mortos e danos em casas e comércios

Explosão no Paraná: laudo indica falha ligada à baixa temperatura em fábrica da Enaex. (Reprodução/Corpo de Bombeiros Paraná)

Explosão no Paraná: laudo indica falha ligada à baixa temperatura em fábrica da Enaex. (Reprodução/Corpo de Bombeiros Paraná)

Agência o Globo
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Publicado em 15 de setembro de 2025 às 07h28.

Peritos da Polícia Científica do Paraná apontaram que a explosão que matou nove pessoas há um mês na fábrica de explosivos Enaex Brasil, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, ocorreu dentro de um reator que mistura os componentes do pentolite, uma mistura de TNT e nitropenta altamente explosiva, e que a baixa temperatura é um dos principais fatores que podem explicar a tragédia. O conteúdo do laudo foi revelado neste domingo pelo Fantástico, da TV Globo.

Na manhã do acidente, em 12 de agosto, os sensores registram quedas bruscas de temperatura: fazia 3 °C do lado de fora, metade do registrado na noite anterior. O processo de fabricação do material exige controle rigoroso de temperatura. O sistema de segurança da empresa aciona alarmes quando o calor ultrapassa 105 °C, mas não há travas automáticas para temperaturas abaixo de 50 °C, quadro que contribuiu para o acidente, na avaliação dos peritos.

"O que a gente acredita que tenha acontecido é justamente essa baixa temperatura do dia ter contribuído com a solidificação desses explosivo e o processo de aquecimento não ter sido tão eficiente e isso pode ter contribuído para a geração de alguma fagulha por atrito entre as pás do ditador e o explosivo solidificado", afirmou o perito Jerry Cristian Gandin à TV Globo.

Em nota ao Fantástico, a Enaex Brasil afirmou que “conta com todos os sistemas de segurança necessários para lidar com variações climáticas”.

Recomendações e responsabilidades

Os peritos recomendaram ajustes no sistema de aquecimento e no funcionamento do misturador para evitar novas tragédias. O Exército, responsável pela fiscalização da produção de explosivos, vai analisar o caso e informou que as empresas devem elaborar planos de segurança contra acidentes e roubos.

Ao todo, nove funcionários morreram no episódio. Os corpos, que ficaram fragmentados na explosão, foram identificados com exames de DNA das vítimas a partir de material coletado das famílias dos trabalhadores.

Câmeras de segurança instaladas em residências da região registraram o barulho, que assustou moradores. O caso provocou também danos estruturais em casas, comércios e empresas da região.

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